São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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País tem plano de contingência que prevê uso de diesel

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil opera um plano de contingência baseado no uso de óleo diesel por usinas termelétricas para compensar o corte no fornecimento de gás pela Bolívia -que a Petrobras estimou em 3 milhões de metros cúbicos diários, e o governo, em 5 milhões, dos 31 milhões que o país recebe. O gás boliviano é essencial em São Paulo, onde responde por 75% do total.
Em Manaus, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que as termelétricas da Petrobras, da Eletrobrás e algumas privadas vão usar óleo diesel como combustível substituto até o restabelecimento do fornecimento de gás da Bolívia nas quantidades originais.
"O governo [boliviano] tem sido correto com o Brasil. Haverá um grande prejuízo à Bolívia e algumas dificuldades para o Brasil no fornecimento de gás", declarou o ministro.
Segundo a Petrobras, embora as medidas tenham custo ambiental e econômico, elas permitem preservar o fornecimento de gás natural para a indústria e para o consumo residencial. As medidas citadas por Lobão estão no plano emergencial da estatal, montado em 2004 e em fase de atualização.
Ontem o fornecimento de gás natural em São Paulo foi normal e, segundo a Comgas, seu suprimento por ora não seria alterado -são 14,5 milhões de metros cúbicos distribuídos diariamente. A Gás Natural São Paulo Sul, que atua no Sul do Estado, tampouco foi afetada.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que estima o efeito do corte em 1 milhão de metros cúbicos diários dos 10 milhões que consome, lembra que sofreu redução semelhante no fim de 2007.
"Temos indústrias que têm alternativas de combustível e que podem migrar por pouco tempo", disse o diretor do Departamento de Infra-estrutura, Saturnino Sérgio da Silva. A indústria paulista também deve lançar mão dos reservatórios das hidrelétricas, que, cheios, podem suprir a demanda e liberar gás natural, evitando cortes.
(KÁTIA BRASIL, ROBERTO MACHADO e AGNALDO BRITO)


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