DA REUTERS

O líder do bloco que venceu as eleições legislativas libanesas de junho desistiu ontem de assumir o cargo de premiê, depois do fracasso das negociações para formar um governo.
O impasse prolonga a crise política que paralisa o Líbano desde 2006 e evidencia mais uma vez a polarização do país entre movimentos apoiados por EUA e União Europeia e defensores das influências síria e iraniana na política libanesa.
A desistência do premiê designado Saad Hariri, líder da coalizão pró-Ocidente no poder desde 2005, surge dois dias depois de sua proposta de gabinete ser rejeitada pelo bloco liderado pelo Hizbollah -misto de milícia e partido xiita pró-Irã.
Embora tenha conquistado a maioria no pleito parlamentar, Hariri busca um governo de união nacional para atenuar as tensões sectárias que já causaram uma guerra civil no país (1975-1990).
Apesar de os dois blocos estarem de acordo sobre a divisão das pastas (15 ministros para Hariri, 10 para o Hizbollah e aliados e cinco ministros "neutros" escolhidos pelo presidente), as negociações emperraram por causa da pasta de telecomunicações, setor em processo de privatização.
O presidente Michel Suleiman agora deve consultar os partidos vencedores das eleições para que outro parlamentar seja encarregado de formar um governo. Especula-se que Saad Hariri seja novamente apontado. Não está previsto um novo pleito.
Saad é filho do ex-premiê Rafik Hariri, assassinado em 2005 num atentado atribuído pelos EUA à Síria.


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