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Orientação é aproximar EUA de Venezuela, diz Garcia
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
O assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia,
disse ontem que promover uma
aproximação entre Estados Unidos e Venezuela é uma "orientação geral" do governo, porque "a
distensão é possível".
Segundo Garcia, "há, e sempre
houve, um esforço do governo
Lula de estimular um bom relacionamento" entre os governos
dos dois países. Fazem parte desse
esforço, além dele próprio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores).
A reação de Garcia foi à entrevista do chanceler da Venezuela,
Alí Rodríguez, ao jornal venezuelano "El Nacional", em que ele
confirmou que o Brasil está efetuando gestões para melhorar as
tensas relações entre Caracas e
Washington.
Nessa entrevista, o chanceler
disse que essas gestões são "bem-vindas" e não são feitas apenas
pelo Brasil mas também por outros países da América do Sul e da
Europa. Ele, porém, não nomeou
que países seriam esses.
Ao chamar Lula de "nosso amigo", o chanceler citou especificamente a ação de Garcia, que se encontrou na semana passada com
o vice-secretário de Estado dos
EUA, Robert Zoellick.
Depois de vários encontros,
Zoellick deu entrevistas criticando o risco do governo Chávez ao
funcionamento das instituições
na Venezuela e classificando o regime venezuelano de "populista".
Ontem, Garcia disse que em
praticamente todos os encontros
de autoridades brasileiras, seja
com representantes americanos
ou venezuelanos, há sempre uma
sugestão para que se abram mais
ao diálogo.
"É importante haver uma distensão entre Venezuela e Estados
Unidos, porque eles têm intensas
relações comerciais e é preciso
que traduzam isso também nas
relações políticas", opinou o assessor da Presidência.
Inconveniente
Garcia lembrou que, apesar dos
duros discursos de lado a lado, a
Venezuela é poderosa fornecedora de petróleo para os americanos, e os americanos estão aumentando os investimentos na
Venezuela.
"Há base para resolver as diferenças por via diplomática", disse. Aproveitou para classificar de
"inconveniente, no mínimo" a
reação de Zoellick a uma declaração de Lula, que havia dito que o
problema da Venezuela é "excesso de democracia", em referência
à segunda eleição e ao referendo a
que Chávez se submeteu. Questionado por jornalistas, Zoellick
ironizou: "Não sei de onde ele
[Lula] tirou isso".
Com agências internacionais
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