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Marcha de aliados pede mais diálogo a Morales
Central sindical reúne mineiros, professores e camponeses para pressionar o governo
Greve de motoristas e donos de lotações aumenta tensão em La Paz; vítimas de violência em mina exigem indenização do governo
DA REDAÇÃO
Milhares de mineiros convocados pela principal central
sindical boliviana, aliada do governo, marcharam ontem pelo
centro de La Paz, capital da Bolívia, exigindo "diálogo" ao presidente Evo Morales.
O protesto, convocado pela
Central Operária Boliviana
(COB), aconteceu por causa da
morte de 16 trabalhadores na
semana passada em uma mina
de estanho, numa disputa entre
mineiros de cooperativas privadas e funcionários da estatal
Comibol (Corporação Mineira
da Bolívia).
Professores e camponeses,
também convocados pela COB,
se juntaram ao mineiros. Além
de exigir indenização para as
famílias dos mortos em Huanuni, Pedro Montes, líder da
COB, pediu atenção a Morales.
"Estamos exigindo que o governo nos atenda, sente-se à mesa
e dê soluções. Se queremos mudança de verdade, o governo e a
COB têm que sentar e discutir
os problemas. O governo nunca
nos convidou para apresentar
as demandas dos trabalhadores", disse Montes.
Conspiração
Ao mesmo tempo, ele disse
que não permitirá uma "conspiração" contra o governo.
"Nós vamos ter que dar mais
respostas como a que demos
em 2003", disse, referindo-se
aos protestos que levaram à renúncia do presidente Gonzalo
Sanchéz de Losada.
Diante das declarações de
Morales e seus aliados sobre
conspirações, o ex-presidente
Jorge Quiroga, que dirige o partido opositor de direita Podemos, disse que o conspirador
"está na casa do próprio" presidente e é o vice de Morales, Alvaro García Linera.
A Federação Nacional de
Cooperativas Mineiras, que até
o conflito da semana passada
era aliada do presidente, deu
um ultimato ao governo ontem
para indenizar as vítimas da
tragédia na mina. "Se em 72 horas o governo não fizer nada,
vamos voltar a promover protestos nacionais", ameaçou o
dirigente Santos Ramírez.
Greve de motoristas
Também ontem em La Paz
foi o segundo dia da greve dos
motoristas do transporte coletivo e empresários de lotações
contra a prefeitura da capital.
Eles se opõem à legalização de
vans e microônibus ilegais, são
contra a transformação de uma
rua do centro histórico em calçadão e exigem a reabertura de
dois calçadões ao tráfego.
O prefeito de La Paz, Juan del
Granado, aliado de Morales,
disse que não cederá à pressão.
A circulação de vans ilegais atenuou a paralisação. Mas o governo teve que declarar ponto
facultativo em empresas, no
governo e nas escolas para os
que não puderam se locomover.
"Os dirigentes das lotações
estão em uma verdadeira escalada para criar conflitos sociais
contra o governo com fins de
desestabilização", disse o vice-ministro de Coordenação para
movimentos sociais, Alfredo
Rada.
Com agências internacionais
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