|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bagdá recolhe 75 corpos em dois dias
Onda de assassinatos, atribuída à ação de milícias sectárias, repete a ocorrida em meados de setembro
CHRISTINE HAUSER
DO "NEW YORK TIMES"
Pelo menos 75 corpos foram
descobertos na região de Bagdá
desde a manhã de segunda-feira, anunciaram ontem as autoridades, a maior parte dos quais
com as mãos amarradas, perfurados de balas e mostrando sinais de tortura.
As descobertas refletem um
padrão familiar de assassinato
pelos esquadrões da morte, em
razão da violência sectária que
tomou conta da capital.
Sessenta dos corpos foram
localizados em Bagdá no período de 24 horas encerrado na
manhã de ontem, e outros 15
nas horas seguintes. Além disso, pelo menos cinco bombas
explodiram na área da capital,
matando ao menos 14 civis e
seis policiais.
A descoberta dos cadáveres
repete uma situação que transcorreu em meados de setembro, quando em quatro dias 180
corpos foram localizados na capital, muitos dos quais abatidos
por tiros a curta distância, na
cabeça, depois de terem passado por tortura.
Recentes tentativas de debelar a violência descontrolada na
capital e em outras partes do
Iraque obtiveram resultados
pífios, diante de um panorama
de crescente influência das milícias, cuja violência aumentou
depois do atentado contra uma
mesquita xiita na cidade de Samarra, em fevereiro.
Na semana passada, o primeiro-ministro Nuri Kamal al-Maliki anunciou um novo plano de segurança que se basearia
em comitês de líderes locais, os
quais agiriam para evitar crises
sectárias em suas áreas. Ontem, funcionários do governo
informaram que os partidos
políticos iraquianos fecharam
um acordo para que todos os
postos de controle em Bagdá
dispusessem de igual número
de soldados xiitas e sunitas, em
um esforço por garantir que as
forças de segurança não permitam ataques sectários, o primeiro movimento definido sob
os termos do novo plano, de
acordo com a agência de notícias Associated Press.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Texto Anterior: Cáucaso: Geórgia acusa Moscou de xenofobia Próximo Texto: Marcha de aliados pede mais diálogo a Morales Índice
|