São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2006

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Bagdá recolhe 75 corpos em dois dias

Onda de assassinatos, atribuída à ação de milícias sectárias, repete a ocorrida em meados de setembro

CHRISTINE HAUSER
DO "NEW YORK TIMES"

Pelo menos 75 corpos foram descobertos na região de Bagdá desde a manhã de segunda-feira, anunciaram ontem as autoridades, a maior parte dos quais com as mãos amarradas, perfurados de balas e mostrando sinais de tortura.
As descobertas refletem um padrão familiar de assassinato pelos esquadrões da morte, em razão da violência sectária que tomou conta da capital.
Sessenta dos corpos foram localizados em Bagdá no período de 24 horas encerrado na manhã de ontem, e outros 15 nas horas seguintes. Além disso, pelo menos cinco bombas explodiram na área da capital, matando ao menos 14 civis e seis policiais.
A descoberta dos cadáveres repete uma situação que transcorreu em meados de setembro, quando em quatro dias 180 corpos foram localizados na capital, muitos dos quais abatidos por tiros a curta distância, na cabeça, depois de terem passado por tortura.
Recentes tentativas de debelar a violência descontrolada na capital e em outras partes do Iraque obtiveram resultados pífios, diante de um panorama de crescente influência das milícias, cuja violência aumentou depois do atentado contra uma mesquita xiita na cidade de Samarra, em fevereiro.
Na semana passada, o primeiro-ministro Nuri Kamal al-Maliki anunciou um novo plano de segurança que se basearia em comitês de líderes locais, os quais agiriam para evitar crises sectárias em suas áreas. Ontem, funcionários do governo informaram que os partidos políticos iraquianos fecharam um acordo para que todos os postos de controle em Bagdá dispusessem de igual número de soldados xiitas e sunitas, em um esforço por garantir que as forças de segurança não permitam ataques sectários, o primeiro movimento definido sob os termos do novo plano, de acordo com a agência de notícias Associated Press.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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