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ARGENTINA
Ex-ditador Jorge Videla volta à prisão por ordem judicial
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Por decisão da Justiça, o
ex-ditador argentino Jorge
Rafael Videla, 83, foi transferido ontem a uma prisão militar após dez anos de detenção preventiva domiciliar
pelo seqüestro de bebês
ocorrido durante seu governo (1976-1981).
Videla havia sido beneficiado pela lei que permite a
prisão domiciliar para maiores de 70 anos, mas o juiz
Norberto Oyarbide julgou
que prisão para a qual foi levado o ex-ditador "conta
com o equipamento, a infra-estrutura e o pessoal necessários para atender a qualquer emergência médica".
O ex-ditador foi transferido à prisão do Campo de
Maio, onde estão detidos outros militares acusados por
crimes de lesa humanidade.
Organismos de defesa dos
direitos humanos defendem
que ex-repressores da última
ditadura argentina (1976-1983) sejam detidos em prisão comum porque a detenção domiciliar, na idade dos
acusados, seria o mesmo que
a liberdade.
Videla também é acusado
de envolvimento em outros
crimes, incluindo o seqüestro de dois empresários e
participação na Operação
Condor, a coordenação repressiva dos regimes militares da América do Sul, nos
anos 70 e 80.
Primeiro presidente do governo militar e ícone de sua
repressão, Videla foi condenado em 1985 à prisão perpétua. Foi beneficiado pelas
leis de anistia do governo de
Raúl Alfonsín e, em 1990, recebeu indulto do então presidente Carlos Menem. Ficou
em liberdade até 1998.
O ex-presidente Néstor
Kirchner (2003-2007) e sua
mulher e atual mandatária
Cristina têm como bandeira
política a punição de crimes
da ditadura. Grupos de defesa dos direitos humanos estimam que 30 mil pessoas desapareceram durante o governo militar.
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