São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2008

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ARGENTINA

Ex-ditador Jorge Videla volta à prisão por ordem judicial

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Por decisão da Justiça, o ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla, 83, foi transferido ontem a uma prisão militar após dez anos de detenção preventiva domiciliar pelo seqüestro de bebês ocorrido durante seu governo (1976-1981).
Videla havia sido beneficiado pela lei que permite a prisão domiciliar para maiores de 70 anos, mas o juiz Norberto Oyarbide julgou que prisão para a qual foi levado o ex-ditador "conta com o equipamento, a infra-estrutura e o pessoal necessários para atender a qualquer emergência médica".
O ex-ditador foi transferido à prisão do Campo de Maio, onde estão detidos outros militares acusados por crimes de lesa humanidade.
Organismos de defesa dos direitos humanos defendem que ex-repressores da última ditadura argentina (1976-1983) sejam detidos em prisão comum porque a detenção domiciliar, na idade dos acusados, seria o mesmo que a liberdade.
Videla também é acusado de envolvimento em outros crimes, incluindo o seqüestro de dois empresários e participação na Operação Condor, a coordenação repressiva dos regimes militares da América do Sul, nos anos 70 e 80.
Primeiro presidente do governo militar e ícone de sua repressão, Videla foi condenado em 1985 à prisão perpétua. Foi beneficiado pelas leis de anistia do governo de Raúl Alfonsín e, em 1990, recebeu indulto do então presidente Carlos Menem. Ficou em liberdade até 1998.
O ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) e sua mulher e atual mandatária Cristina têm como bandeira política a punição de crimes da ditadura. Grupos de defesa dos direitos humanos estimam que 30 mil pessoas desapareceram durante o governo militar.


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