|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ação contra extremistas deixa quatro mortos na Jordânia
DA REDAÇÃO
As forças especiais da Jordânia
entraram em choque com centenas de jovens armados em uma
ampla operação do governo para
reprimir extremistas islâmicos na
cidade de Maan, no sul do país.
Pelo menos quatro pessoas morreram -uma delas da polícia.
O motivo alegado para a ação
seria a busca dos responsáveis pela morte de um diplomata americano em Amã, capital do país,
duas semanas atrás.
Porém uma autoridade jordaniana afirmou para a agência de
notícias Reuters que a operação
visava também combater extremistas islâmicos antes de acontecer uma possível ofensiva americana contra o Iraque.
"A operação foi montada em
Maan para evitar que a situação
no país não fuja do controle durante uma possível guerra no Iraque", disse a autoridade, refletindo o temor no país de que um ataque contra o regime de Saddam
Hussein abale a Jordânia.
Cerco
As forças jordanianas cercaram
a casa de Mohammed Ahmad
Shalaby, que estava sendo defendida por jovens de máscaras que
pertenceriam a tribos beduínas.
Shalaby e seus seguidores são
acusados de serem contrabandistas e traficantes de drogas.
O ministro do Interior da Jordânia, Qaftan Majali, afirmou que os
membros do grupo foram detidos, entre eles estrangeiros. Além
disso, armas teriam sido confiscadas. O ministro se recusou a comentar sobre vítimas. "A campanha prosseguirá até todos os envolvidos serem detidos",disse.
As tribos beduínas são conservadoras e se opõem ao governo
pró-Ocidente e aos acordos de
paz assinados com Israel. Em
anos recentes, demonstrações em
apoio ao Iraque sempre terminaram em confrontações no país.
Mais de cem pessoas já foram
presas desde o início das buscas
pelo assassino do diplomata americano Laurence Foley. Foi o primeiro assassinato de um diplomata ocidental na Jordânia. O
atentado aconteceu em um momento em que crescem os sentimentos antiamericanos no país.
A maior parte dos jordanianos
tem origem palestina e está extremamente insatisfeita com as políticas americanas para a região.
Maan, a cidade onde aconteceram os choques de ontem, se localiza a 322 km ao sul de Amã e é conhecida por ser um bastião do
fundamentalismo islâmico. Muitos moradores locais são sauditas.
A Frente de Ação Islâmica, o
maior partido jordaniano, disse
em comunicado que os choques
em Maan podem "colocar em risco a segurança nacional em um
momento em que pode acontecer
uma guerra no Iraque".
O poderoso grupo político Irmandade Muçulmana, de tendência conservadora, pediu ao
governo para que não sejam utilizados métodos duros para a detenção de suspeitos. "O governo
pode capturar qualquer fugitivo
sem utilizar essa violência, que
aterroriza pessoas inocentes."
Além da casa de Shalaby, os
choques aconteceram principalmente em uma rua central onde
há grande número de comerciantes palestinos. Testemunhas afirmaram que muitos feridos foram
levados para hospitais da cidade,
de 40.000 habitantes.
As autoridades cortaram as linhas telefônicas da cidade, que ficou sob toque de recolher, com os
escritórios do governo e as escolas
fechadas. Foram utilizados veículos blindados, que tomaram posições na cidade desde sábado.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Oriente Médio: Ataque de palestinos a kibutz mata cinco Próximo Texto: Panorâmica - Rússia: Musical que sofreu ataque de tchetchenos volta em homenagem às vítimas Índice
|