São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2007

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Chávez e rei espanhol batem boca em cúpula

"Por que você não se cala?", perguntou Juan Carlos
DA REDAÇÃO

A 17ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, em Santiago do Chile, terminou ontem com um bate-boca protagonizado pelo rei da Espanha e pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Após repetidas críticas de Chávez ao ex-premiê espanhol José Maria Aznar, a quem o venezuelano chamou de "fascista", o rei Juan Carlos, denotando irritação, disse asperamente: "Por que você não se cala?". Em seguida, o rei deixou a sala.
Aznar, um conservador aliado do presidente dos EUA, George W. Bush, que apoiou a guerra no Iraque, foi premiê da Espanha até 2004, quando foi substituído pelo socialista José Luis Rodríguez Zapatero. "Fascistas não são humanos. Fascistas são piores do que leões e cobras", disse Chávez.
O mandatário venezuelano acusa Aznar de ter apoiado o golpe de Estado frustrado que tentou derrubá-lo do poder, em 2002, na Venezuela.
Zapatero, sentado ao lado do rei espanhol na cúpula, pediu a Chávez que respeitasse outros líderes apesar das diferenças políticas. Aparentemente, a discussão havia se encerrado ali. Na reunião de encerramento, porém, Chávez fez uso do tempo cedido a ele pelo presidente da Nicarágua para voltar ao tema e afirmou: "não ofendo por dizer a verdade. O governo venezuelano se reserva o direito de responder a qualquer agressão em qualquer lugar e de qualquer maneira".
O presidente venezuelano também criticou empresários espanhóis. Segundo ele, a companhia aérea de seu país Viasa foi "engolida" após ser comprada por investidores da Espanha. "Levaram até as aeromoças. As mais bonitas", disse.
A cúpula que se encerrou ontem teve como principal acordo o Convênio Multilateral de Segurança Social, do qual poderão se beneficiar 6 milhões de imigrantes. O convênio permitirá que os cidadãos dos 22 países ibero-americanos somem, no momento da aposentadoria, todos pagamentos de Previdência feitos ao longo de sua vida profissional, ainda que eles tenham sido pagos em mais de um dos países signatários.


Com agências internacionais


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