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Chávez e rei espanhol batem boca em cúpula
"Por que você não se cala?", perguntou Juan Carlos
DA REDAÇÃO
A 17ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, em Santiago do Chile,
terminou ontem com um bate-boca protagonizado pelo rei da
Espanha e pelo presidente da
Venezuela, Hugo Chávez. Após
repetidas críticas de Chávez ao
ex-premiê espanhol José Maria
Aznar, a quem o venezuelano
chamou de "fascista", o rei
Juan Carlos, denotando irritação, disse asperamente: "Por
que você não se cala?". Em seguida, o rei deixou a sala.
Aznar, um conservador aliado do presidente dos EUA,
George W. Bush, que apoiou a
guerra no Iraque, foi premiê da
Espanha até 2004, quando foi
substituído pelo socialista José
Luis Rodríguez Zapatero. "Fascistas não são humanos. Fascistas são piores do que leões e cobras", disse Chávez.
O mandatário venezuelano
acusa Aznar de ter apoiado o
golpe de Estado frustrado que
tentou derrubá-lo do poder, em
2002, na Venezuela.
Zapatero, sentado ao lado do
rei espanhol na cúpula, pediu a
Chávez que respeitasse outros
líderes apesar das diferenças
políticas. Aparentemente, a
discussão havia se encerrado
ali. Na reunião de encerramento, porém, Chávez fez uso do
tempo cedido a ele pelo presidente da Nicarágua para voltar
ao tema e afirmou: "não ofendo
por dizer a verdade. O governo
venezuelano se reserva o direito de responder a qualquer
agressão em qualquer lugar e
de qualquer maneira".
O presidente venezuelano
também criticou empresários
espanhóis. Segundo ele, a companhia aérea de seu país Viasa
foi "engolida" após ser comprada por investidores da Espanha. "Levaram até as aeromoças. As mais bonitas", disse.
A cúpula que se encerrou ontem teve como principal acordo o Convênio Multilateral de
Segurança Social, do qual poderão se beneficiar 6 milhões de
imigrantes. O convênio permitirá que os cidadãos dos 22 países ibero-americanos somem,
no momento da aposentadoria,
todos pagamentos de Previdência feitos ao longo de sua vida profissional, ainda que eles
tenham sido pagos em mais de
um dos países signatários.
Com agências internacionais
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