São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2008

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Moscou aposta em ganhar espaço entre latinos

DA REDAÇÃO

O vice-primeiro ministro russo, Igor Sechin, encerrou seu tour pela América Latina anteontem em Cuba, anunciando uma linha de crédito de R$ 20 milhões para a ilha.
É a terceira visita de Sechin ao país em três meses, num intenso intercâmbio que pretende lançar a "nova fase" da relação bilateral. Ontem, o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, esteve em Moscou e convidou empresas russas a explorar reservas petrolíferas da ilha.
A turnê do vice-premiê incluiu ainda Venezuela e Nicarágua. Os três países, além do Brasil e do Peru, serão visitados pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev no fim do mês.
O interesse de Moscou na região é majoritariamente econômico, dizem analistas, que também vêem no roteiro de Sechin a intenção de fortalecer laços com governos antiamericanos, em especial após a guerra da Geórgia, ponto mais tenso da relação recente com os EUA.
Pelos dois motivos a Venezuela tem destaque. O país de Hugo Chávez é o principal comprador de armamentos russos. Em Caracas, Sechin fechou 15 acordos, incluindo um para a construção de uma fábrica de veículos de passeio.

Manobras no Caribe
Militares russos também farão com a Marinha venezuelana exercícios no Caribe. As manobras estão previstas para o período entre 20 e 24 deste mês, coincidindo com a visita de Medvedev, anunciou o Ministério da Defesa venezuelano -antes, a previsão era que os exercícios começassem ontem.
O jornal econômico russo "Kommersant", porém, avaliou a turnê com ceticismo. Elencou três motivos: a conjuntura interna nos três países, em especial na Venezuela, com a perspectiva de revés para Chávez nas eleições municipais; a competição com a China; e a vitória de Barack Obama nos EUA.
O diário diz que, se Obama promover a distensão que insinuou na campanha, haverá melhor ambiente para o capital americano. "Companhias russas terão de competir com os EUA, que tem financiamento e conhecem melhor o mercado".


Com agências internacionais


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