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Moscou aposta em ganhar espaço entre latinos
DA REDAÇÃO
O vice-primeiro ministro
russo, Igor Sechin, encerrou
seu tour pela América Latina
anteontem em Cuba, anunciando uma linha de crédito de
R$ 20 milhões para a ilha.
É a terceira visita de Sechin
ao país em três meses, num intenso intercâmbio que pretende lançar a "nova fase" da relação bilateral. Ontem, o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque,
esteve em Moscou e convidou
empresas russas a explorar reservas petrolíferas da ilha.
A turnê do vice-premiê incluiu ainda Venezuela e Nicarágua. Os três países, além do
Brasil e do Peru, serão visitados
pelo primeiro-ministro Dmitri
Medvedev no fim do mês.
O interesse de Moscou na região é majoritariamente econômico, dizem analistas, que também vêem no roteiro de Sechin
a intenção de fortalecer laços
com governos antiamericanos,
em especial após a guerra da
Geórgia, ponto mais tenso da
relação recente com os EUA.
Pelos dois motivos a Venezuela tem destaque. O país de
Hugo Chávez é o principal
comprador de armamentos
russos. Em Caracas, Sechin fechou 15 acordos, incluindo um
para a construção de uma fábrica de veículos de passeio.
Manobras no Caribe
Militares russos também farão com a Marinha venezuelana exercícios no Caribe. As manobras estão previstas para o
período entre 20 e 24 deste
mês, coincidindo com a visita
de Medvedev, anunciou o Ministério da Defesa venezuelano
-antes, a previsão era que os
exercícios começassem ontem.
O jornal econômico russo
"Kommersant", porém, avaliou
a turnê com ceticismo. Elencou
três motivos: a conjuntura interna nos três países, em especial na Venezuela, com a perspectiva de revés para Chávez
nas eleições municipais; a competição com a China; e a vitória
de Barack Obama nos EUA.
O diário diz que, se Obama
promover a distensão que insinuou na campanha, haverá melhor ambiente para o capital
americano. "Companhias russas terão de competir com os
EUA, que tem financiamento e
conhecem melhor o mercado".
Com agências internacionais
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