São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2008

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Pequim rompe diálogo com dalai-lama

DE PEQUIM

Nenhuma concessão ao dalai-lama será feita pela China nas discussões sobre a soberania do Tibete, informou ontem a agência estatal Xinhua. "O diálogo com os enviados do dalai-lama fracassaram", afirmou Zhu Weiqun, representante do governo nas negociações.
O encontro entre dois representantes do dalai-lama e o governo aconteceu entre 31 de outubro e 5 de novembro. O líder budista no exílio pede uma "solução intermediária", reconhecendo a soberania da China sobre o Tibete, mas com respeito à cultura e às tradições locais.
"A unificação, a integridade territorial e a dignidade nacional são os maiores interesses dos chineses. Nunca faremos uma concessão", disse Zhu, em anúncio transmitido ao vivo pela rede estatal CCTV. "O lado do dalai-lama tem toda a responsabilidade pelo fracasso."
Em março, violentos protestos explodiram na capital tibetana, Lhasa, após repressão contra monges budistas que pediam mais autonomia. Mais de mil pessoas foram presas e 55 tibetanos condenados a penas que vão de três anos à prisão perpétua.
Pequim acusa o dalai-lama de querer a criação de um "Grande Tibete", que inclui Províncias com grandes populações tibetanas, como Qinghai e Gansu. "É um quarto do território da China", disse Zhu.
"A servidão feudal deveria ser restabelecida na China se negócios culturais, educativos e religiosos ficassem nas mãos dos tibetanos", afirmou. Zhu disse que o dalai-lama quer a retirada de grupos étnicos recentemente instalados no Tibete.
Nos últimos anos, Pequim estimulou a ida de milhares de chineses da maioria han para a Província separatista. "Se o dalai-lama tiver poder no Tibete, discriminação racial e segregação seriam inevitáveis". (RJL)


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