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EUA reatam diálogo com Pyongyang
Anúncio ocorre no mesmo dia do mais sério incidente na fronteira marítima entre Coreias em sete anos
Washington deverá enviar representante até o fim do ano para conversa nuclear bilateral; troca de tiros não deixa mortos, segundo Seul
DA REDAÇÃO
No mesmo dia em que duas
embarcações das Coreias do
Sul e do Norte voltaram a trocar tiros na disputada fronteira
marítima do mar Amarelo após
sete anos, os EUA anunciaram
que reatarão o diálogo nuclear
bilateral com Pyongyang.
Segundo o Departamento de
Estado, o enviado especial dos
EUA para assuntos norte-coreanos, Stephen Bosworth, deverá viajar até o fim do ano ao
país asiático para retomar negociações abandonadas pelo
regime do ditador Kim Jong-il
em abril -após condenação da
ONU ao disparo de um míssil.
O anúncio vem depois de meses de acenos de Pyongyang pela reaproximação com os EUA
após a crise gerada pela realização do segundo teste nuclear de
sua história, em maio -que levou à aplicação da quarta rodada de sanções contra o regime.
O porta-voz da Chancelaria
dos EUA, P.J. Crowley, não disse, porém, se a Coreia do Norte
prometeu retornar ao diálogo
com o Grupo dos Seis -os dois
países, Coreia do Sul, Japão,
China e Rússia-, condição dos
EUA para o diálogo bilateral.
O anúncio antecede em dois
dias o início do primeiro giro do
presidente americano, Barack
Obama, pela Ásia, que inclui
uma passagem por Seul durante os próximos dias 18 e 19 -em
que deverá ser abordado o programa nuclear de Pyongyang.
Rusga marítima
Também ontem, dois navios
das rivais da Península Coreana protagonizaram o mais sério
incidente desde 2002 na fronteira marítima bilateral. Segundo relato não oficial, houve ao
menos uma vítima do Norte.
Segundo a Coreia do Sul, a invasão do seu território no mar
Amarelo (oeste) por uma patrulha norte-coreana motivou
troca de tiros por dois minutos.
Ainda conforme a Coreia do
Sul, a disputa terminou com a
patrulha do Norte, em chamas,
recuando para o seu lado da divisa marítima. Não houve vítimas nem feridos sul-coreanos.
A Coreia do Norte, no entanto, alega que sua patrulha apenas reagiu a disparos feitos pelo
navio sul-coreano após invadir,
este sim, seu território e exigiu
desculpas pelo que chamou de
"grave provocação armada".
De acordo com a emissora de
TV sul-coreana YTN, pelo menos um norte-coreano morreu
e três ficaram feridos, mas a informação não foi confirmada.
Os EUA e a ONU exortaram
as partes a conter os ânimos e
evitar a "escalada" de tensões.
Escaramuças na área são frequentes, mas desde 2002 não
originavam troca de tiros. Na
ocasião, estimados 13 norte-coreanos e seis sul-coreanos morreram. Dois anos antes, ao menos 17 norte-coreanos morreram em uma outra disputa.
Com agências internacionais
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