São Paulo, quarta-feira, 11 de novembro de 2009

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EUA reatam diálogo com Pyongyang

Anúncio ocorre no mesmo dia do mais sério incidente na fronteira marítima entre Coreias em sete anos

Washington deverá enviar representante até o fim do ano para conversa nuclear bilateral; troca de tiros não deixa mortos, segundo Seul


DA REDAÇÃO

No mesmo dia em que duas embarcações das Coreias do Sul e do Norte voltaram a trocar tiros na disputada fronteira marítima do mar Amarelo após sete anos, os EUA anunciaram que reatarão o diálogo nuclear bilateral com Pyongyang.
Segundo o Departamento de Estado, o enviado especial dos EUA para assuntos norte-coreanos, Stephen Bosworth, deverá viajar até o fim do ano ao país asiático para retomar negociações abandonadas pelo regime do ditador Kim Jong-il em abril -após condenação da ONU ao disparo de um míssil.
O anúncio vem depois de meses de acenos de Pyongyang pela reaproximação com os EUA após a crise gerada pela realização do segundo teste nuclear de sua história, em maio -que levou à aplicação da quarta rodada de sanções contra o regime.
O porta-voz da Chancelaria dos EUA, P.J. Crowley, não disse, porém, se a Coreia do Norte prometeu retornar ao diálogo com o Grupo dos Seis -os dois países, Coreia do Sul, Japão, China e Rússia-, condição dos EUA para o diálogo bilateral.
O anúncio antecede em dois dias o início do primeiro giro do presidente americano, Barack Obama, pela Ásia, que inclui uma passagem por Seul durante os próximos dias 18 e 19 -em que deverá ser abordado o programa nuclear de Pyongyang.

Rusga marítima
Também ontem, dois navios das rivais da Península Coreana protagonizaram o mais sério incidente desde 2002 na fronteira marítima bilateral. Segundo relato não oficial, houve ao menos uma vítima do Norte.
Segundo a Coreia do Sul, a invasão do seu território no mar Amarelo (oeste) por uma patrulha norte-coreana motivou troca de tiros por dois minutos.
Ainda conforme a Coreia do Sul, a disputa terminou com a patrulha do Norte, em chamas, recuando para o seu lado da divisa marítima. Não houve vítimas nem feridos sul-coreanos.
A Coreia do Norte, no entanto, alega que sua patrulha apenas reagiu a disparos feitos pelo navio sul-coreano após invadir, este sim, seu território e exigiu desculpas pelo que chamou de "grave provocação armada".
De acordo com a emissora de TV sul-coreana YTN, pelo menos um norte-coreano morreu e três ficaram feridos, mas a informação não foi confirmada.
Os EUA e a ONU exortaram as partes a conter os ânimos e evitar a "escalada" de tensões.
Escaramuças na área são frequentes, mas desde 2002 não originavam troca de tiros. Na ocasião, estimados 13 norte-coreanos e seis sul-coreanos morreram. Dois anos antes, ao menos 17 norte-coreanos morreram em uma outra disputa.

Com agências internacionais



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