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JUSTIÇA
Pressão internacional ajudou
EUA reverão pena de morte de mexicano
DA ASSOCIATED PRESS
A Suprema Corte americana
aceitou ontem o recurso de apelação de José Medellín, cidadão mexicano que está no corredor da
morte no Texas. A decisão abre
precedente para que outros estrangeiros condenados à pena capital nos EUA pleiteiem a revisão
de suas condenações.
De acordo com o Centro de Informações sobre a Pena de Morte
dos EUA, 118 estrangeiros de 32
países estão atualmente no corredor da morte americano. Entre
eles 53 são do México, país que
não possui pena de morte.
No início do ano, a Corte Internacional de Justiça havia considerado que os EUA violaram os direitos de 51 cidadãos mexicanos
no corredor da morte, incluindo
Medellín.
A corte, que é o mais alto órgão
judiciário da ONU, havia determinado que os EUA garantissem
a seus presos uma "significativa
revisão" de suas sentenças e condenações. A justificativa apresentada foi a de que os EUA não informaram os países de origem sobre as prisões e os processos de
seus cidadãos.
Tribunais inferiores haviam rejeitado apelações anteriores de
Medellín, e os juízes decidirão
agora quais daquelas decisões estavam equivocadas.
Em seu recurso à Suprema Corte, Medellín teve o apoio de dezenas de países, organizações de defesa dos direitos humanos e ex-líderes diplomáticos da União Européia.
Eles evocaram a Convenção de
Viena de 1963, que exige que o governo responsável pela prisão informe o estrangeiro de seu direito
de falar com o consulado ou embaixada de seu país e permite que
governos estrangeiros providenciem assistência jurídica a seus
nacionais.
Todo ano, aproximadamente
6.000 americanos são presos ou
detidos em outros países. Grupos
que apoiaram Medellín argumentaram que cidadãos americanos
também poderiam vir a sofrer se
os EUA não dessem um bom
exemplo nesse caso.
A advogada do México, Sandra
Babcock, afirmou que, se tivesse
sido informado da existência do
processo, que corre desde 1994, o
México teria garantido um advogado competente a Medellín e
fornecido dinheiro para peritos e
investigadores. Segundo ela, o advogado de Medellín foi proibido
de exercer a advocacia em razão
de violações éticas durante o caso.
O mexicano foi um dos cinco
membros de uma gangue condenados à morte por estupro e homicídio de duas adolescentes em
Houston, no Texas -Jennifer
Ertman, 14, e Elizabeth Pena, 16.
Sua apelação deverá ser julgada
na primavera setentrional, no ano
que vem.
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