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IRAQUE OCUPADO
Ato público de sábado era por empregos
Britânicos dispersam protesto depois da morte de seis em Amara
DA ASSOCIATED PRESS
Armados com paus e pedras,
iraquianos protestaram ontem
contra a presença militar britânica em Amara, no sudoeste do Iraque, um dia depois de soldados
terem aberto fogo contra manifestantes, que exigiam pensões e
empregos. O saldo foi de seis
mortos e 11 feridos.
A multidão avançou sobre os
militares que faziam a segurança
do prédio da administração da cidade. Explosões foram vistas e
ouvidas no meio da multidão.
Acredita-se que eram bombas de
fabricação caseira, feitas com latas, pregos e explosivos.
Os soldados bloquearam ruas e
obrigaram a multidão a recuar,
usando cacetetes ou avançando
em pelotões, protegidos por escudos e empurrando os manifestantes com as mãos.
A tensão em Amara, que fica a
320 quilômetros a sudeste de Bagdá, começou no sábado, quando
centenas de iraquianos fizeram
um protesto para cobrar das autoridades a promessa de criação de
novos empregos.
Os manifestantes atiraram pedras no edifício da administração
da cidade, quebrando várias janelas. Tiros e bombas caseiras também foram disparados do meio
da multidão. Em resposta, a polícia iraquiana abriu fogo contra os
manifestantes. Médicos disseram
que seis pessoas foram mortas. Os
britânicos, por sua vez, dizem que
foram cinco. Não houve vítimas
entre os soldados e os policiais.
Antes de os americanos invadirem o Iraque, as forças de segurança de Saddam Hussein eram
as maiores empregadoras da cidade, que tem 400 mil habitantes.
Oposição xiita
O maior líder religioso xiita do
Iraque endureceu a oposição ao
plano dos EUA de nomearem
uma Assembléia Nacional Provisória, o que complica o plano norte-americano de entregar o poder
aos iraquianos em julho.
O aiatolá Ali al Sistani exige que
a assembléia seja escolhida em
eleições diretas -o que favoreceria os xiitas, majoritários na população-, alegando que um grupo escolhido não terá legitimidade. "Isso traria novos problemas,
e política e a segurança irão piorar", declarou.
As posições de Sistani são muito
respeitadas entre os xiitas iraquianos. Sua oposição já forçou alterações nos planos americanos de
transição de governo.
Armas químicas
No sábado, soldados dinamarqueses encontraram cerca de 30
projéteis próximo a Quarnah, ao
norte de Basra, que podem conter
agentes químicos.
As munições estavam embaladas em plásticos e, aparentemente, estiveram enterradas pelos últimos dez anos.
O material foi encaminhada para testes, que irão determinar se se
trata ou não de armas químicas.
Essa pode ser a primeira evidências de armas químicas ou biológicas no Iraque após nove meses
de buscas. Até o momento, os
EUA e o Reino Unido não encontraram armas de destruição em
massa no país.
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