São Paulo, sábado, 12 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prefeito de NY pode balançar atual corrida à Casa Branca

Michael Bloomberg não confirma, mas sinaliza estudar candidatura independente

Político tem uma fortuna estimada em US$ 13 bi; 63% dos nova-iorquinos dizem que ele tem de concluir seu mandato, afirma pesquisa

Larry W. Smith-7.jan.2008/Efe
Bloomberg pediu estudos para avaliar popularidade nacional


DA REDAÇÃO

Enquanto índices vexatórios de votos nas prévias em Iowa (4%) e New Hampshire (9%) tiraram do ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani o favoritismo nacional pela indicação republicana à Presidência dos EUA, o atual prefeito da "Big Apple" parece se manter no páreo mesmo sem lançar uma candidatura.
Especulações sobre a eventual entrada do bilionário Michael Bloomberg, 65, na disputa enchem páginas dos principais jornais americanos; ele não confirma nada, mas conduz pesquisas pelo país para testar sua popularidade.
Mesmo sem declarações públicas, há sinais fortes de uma candidatura independente em estudo. Na última segunda-feira, Bloomberg fez uma reunião com políticos democratas e republicanos que estão frustrados com os rumos das campanhas atuais em seus partidos. O "Financial Times" afirma que os organizadores do encontro indicaram que poderiam apoiar um independente.
O jornal afirma ainda que o principal conselheiro político de Bloomberg sugeriu que ele poderá adiar a decisão até as primárias no Texas, em março.
"Há pouca indicação de que eleitores comuns dediquem atenção a uma candidatura de Bloomberg. Mas sua enorme fortuna e disposição para gastá-la o tornam alguém que não pode ser ignorado", afirmou ontem o "New York Times".
O prefeito, que já pertenceu ao partido democrata mas conquistou seu primeiro mandato em Nova York como republicano em 2001 -e se tornou independente em 2007-, tem uma fortuna estimada em US$ 13 bilhões. Segundo o "Financial Times", ele "pode se dar ao luxo de adiar a decisão até que se defina quem concorrerá".
A indecisão, porém, pode prejudicá-lo ao irritar o eleitorado. Uma pesquisa recente da Universidade de Quinnipiac, citada pelo "Times", aponta que 61% dos cidadãos de Nova York dizem que Bloomberg tem uma "obrigação moral" de continuar na prefeitura até o final de seu segundo mandato -ele foi reeleito em 2005 e tem 73% de aprovação atualmente.

Derrapada
A revista britânica "The Economist" afirmou neste mês que a "derrapada" de Giuliani na disputa republicana pode favorecer Bloomberg. O ex-prefeito está hoje em terceiro lugar entre os republicanos em pesquisas de intenção de voto nacionais, atrás de John McCain e Mike Huckabee. Segundo uma pesquisa divulgada ontem pela CNN, Giuliani tem 18% da preferência entre os republicanos, uma queda de seis pontos desde dezembro. McCain lidera com 34% -21 pontos a mais do que na pesquisa anterior-, seguido por Huckabee, com 21%.
Entre os democratas, Hillary Clinton mantém a dianteira, com 49%. Barack Obama alcançou 34% e o senador John Edwards, 12%. A pesquisa foi feita entre 9 e 10 de janeiro e tem margem de erro de três pontos em qualquer direção.
Ao que tudo indica, em no máximo oito semanas os americanos terão a resposta sobre a candidatura de Bloomberg. Antes disso, porém, a "Economist" sugere Bloomberg faz bem ao esperar até que o cenário eleitoral se defina. "Se [a senadora por Nova York] Hillary Clinton e Giuliani forem escolhidos por seus partidos, não haverá muito espaço para outro nova-iorquino na disputa. Mas se os partidos escolherem um populista, como Mike Huckabee ou John Edwards, Bloomberg pode ver uma oportunidade para um pragmático de centro", diz a revista.


Texto Anterior: Reino Unido: Gêmeos britânicos se casam por desconhecerem laço biológico
Próximo Texto: Analista prevê governo inócuo no Líbano
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.