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Juiz abre caso contra militares de Honduras
Cúpula do Exército responderá por abuso de poder na deposição de Zelaya; Congresso aprecia anistia hoje
DA REDAÇÃO
O presidente da Suprema
Corte de Honduras, Jorge Rivera, acolheu ontem o pedido
do Ministério Público de abertura de processo contra a cúpula militar hondurenha por abuso de poder no episódio da deportação do então presidente
Manuel Zelaya, deposto pelo
golpe de 28 de junho de 2009.
Segundo a defesa dos militares, o chefe das Forças Armadas, Romeo Vásquez, e outros
cinco auxiliares deverão comparecer depois de amanhã para
depor sobre os fatos que resultaram no envio forçado de Zelaya à Costa Rica ainda de pijamas no dia da sua deposição.
Zelaya foi destituído da Presidência hondurenha depois de
insistir na realização de uma
consulta sobre a convocação de
uma Assembleia Constituinte
considerada ilegal pela Suprema Corte e pelo Congresso.
Na última quarta, o Ministério Público apresentou à Suprema Corte um pedido de prisão da cúpula militar -que, a
mando da Justiça e apoio do
Congresso, depôs o presidente- baseado na proibição à deportação de hondurenhos contida na Constituição do país.
O juiz Rivera não acatou, porém, o pedido de prisão, uma
vez que, segundo a defesa do
Exército, foram os próprios militares que se propuseram a depor já na próxima quinta-feira,
em um acordo com a Justiça.
Se o presidente da Suprema
Corte posteriormente considerar que há provas suficientes,
dará prosseguimento ao caso
em um tribunal composto por
três magistrados da Corte.
No front político, está previsto para hoje a apreciação, pelo
Congresso, da anistia aos envolvidos na crise -incluindo
Zelaya e os responsáveis por
sua deposição- defendida pelo
presidente eleito, Porfirio Lobo, que assume no dia 27.
Já o presidente deposto
aguarda o fim do seu mandato
na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa -na qual se encontra
desde que voltou clandestinamente ao país, em setembro.
Uma tentativa, no mês passado,
de negociar sua saída para o
México foi barrada pelo governo golpista.
Em entrevista ao "Valor Econômico" o chanceler brasileiro,
Celso Amorim, afirmou que
Zelaya, após o dia 27, terá de
pedir asilo ao Brasil ou deixar o
local.
Com agências internacionais
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