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Milhares protestam contra caricaturas na Europa
DA REDAÇÃO
Milhares de pessoas participaram de protestos pacíficos ontem
em cidades da Europa, como
Londres e Paris, contra a publicação de charges sobre o profeta
Muhammad. Segundo um porta-voz do Conselho Muçulmano da
Grã-Bretanha, entidade que convocou a manifestação na praça
Trafalgar, no centro de Londres,
cerca de 10 mil pessoas estavam
presentes. A polícia britânica calculou que seriam 3.500. Os manifestantes levavam cartazes com
frases como "Unidos contra a islamofobia" e "Muhammad, símbolo da liberdade e da honra".
O protesto teve apoio do prefeito de Londres, Ken Livingstone, e
de organizações muçulmanas
moderadas. O prefeito justificou
seu apoio dizendo que a manifestação permite conhecer "o ponto
de vista da corrente dominante da
comunidade muçulmana", algo
que, segundo ele, a maior parte da
cobertura da mídia não respeitou.
Em Paris, convocadas por várias associações muçulmanas,
cerca de 7.200 pessoas, segundo a
polícia, participaram do protesto
contra as charges. Cinco jornais
franceses reproduziram as charges, publicadas originalmente na
Dinamarca.
"Queremos mostrar, de forma
pacífica, que os muçulmanos se
sentem profundamente ofendidos pelas caricaturas e que não se
trata de liberdade de expressão,
mas de insultos que passam o limite ofensivo", disse Fayzal Menia, porta-voz da união das associações muçulmanas do subúrbio
de Seine-Saint-Denis.
Liderando o cortejo, havia uma
bandeira em que se lia "Respeito
às religiões, liberdade de expressão... Não há contradição". Outros cartazes traziam escritas
mensagens como "Muçulmanos
franceses têm direito ao respeito",
"Não ao terrorismo midiático" e
"Sim à liberdade de culto, não aos
insultos".
Grupos muçulmanos também
organizaram manifestações ontem em outras cidades européias
como Berlim e Dusseldorf (Alemanha), Amsterdã (Holanda),
Oslo (Noruega) e Berna (Suíça).
Reação dinamarquesa
A Dinamarca anunciou ontem
que retirou diplomatas e suas
equipes da Indonésia e do Irã devido a ameaças. Na sexta-feira, o
serviço diplomático dinamarquês
deixou a Síria porque não tinha
proteção suficiente das autoridades, segundo o governo dinamarquês. Nesses países, as embaixadas da Dinamarca foram atacadas
recentemente em protestos contra as caricaturas.
O ministério das Relações Exteriores dinamarquês também pediu ontem aos seus cidadãos que
deixem a Indonésia imediatamente, informando que eles enfrentam um perigo iminente de
um grupo extremista.
"Existe informação concreta
que indica que um grupo extremista vai procurar dinamarqueses em protesto contra a publicação de charges de Muhammad",
informou o ministério de Relações Exteriores, sem mencionar
qual seria esse grupo.
A ONG dinamarquesa ASF
Dansk Folkehjaelp retirou dez
funcionários do Afeganistão ontem por causa das ameaças. "Não
nos atrevemos a deixar nossos colaboradores em Cabul desde que
se colocou preço para a cabeça
dos dinamarqueses", informou
Klaus Noerlem, secretário-geral
da organização.
Com agências internacionais
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