São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

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Superdelegados de peso como Al Gore e Nancy Pelosi fazem suspense sobre apoio

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Com o placar da disputa por delegados eleitos pelo povo mais do que acirrado (986 para Barack Obama contra 924 para Hillary Clinton), é cada vez mais provável no Partido Democrata a possibilidade de que a decisão sobre o indicado do partido fique na mão dos superdelegados, figuras atuantes da agremiação que têm liberdade para votar como quiserem na convenção nacional partidária em Denver, em agosto.
Em vez de colocar luz no futuro da disputa, contudo, essa hipótese tem trazido à tona ainda mais dúvidas, já que grande parte dos superdelegados ainda não declarou o voto.
A lista de incógnitas inclui o ex-vice-presidente Al Gore, a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, o ex-presidente Jimmy Carter e congressistas veteranos como Chris Dodd. No total, esses votantes livres ocuparão 796 das 4.049 cadeiras da convenção.
Entre superdelegados que já se posicionaram estão os senadores John Kerry (por Obama) e Dianne Feinstein (por Hillary), além, é claro, de Bill Clinton, que poderá votar na mulher por já ter sido presidente. Hillary e Obama também votam, por serem senadores.
Ser congressista em Washington é garantia para ganhar uma cadeira, mas há outras maneiras de se credenciar ao posto, como assumir cargos de liderança nas esferas estaduais dos partidos ou ter sido presidente ou vice-presidente.
Como grande parte desses votantes está em Washington há anos, a expectativa era que Hillary -primeira-dama por oito anos, no único governo democrata dos últimos 27 anos- teria apoio majoritário.
A lógica não é, contudo, tão simples. "OK, Hillary é muito mais conhecida de grande parte dos superdelegados e é uma pessoa muito presente nas decisões do partido, mas não se esqueça de que Barack Obama também é senador e também está lá fazendo contatos", diz Matthew Baum, analista político da Universidade Harvard.
"Eu e muitos dos meus colegas democratas votaremos em Hillary porque ela já mostrou que tem experiência para tomar as decisões corretas. As opiniões têm mudado no Senado, mas meu voto não vai mudar", diz à Folha Robert Menendez, superdelegado por ser senador por Nova Jersey.


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