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Superdelegados de peso como Al Gore e Nancy Pelosi fazem suspense sobre apoio
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Com o placar da disputa por
delegados eleitos pelo povo
mais do que acirrado (986 para
Barack Obama contra 924 para
Hillary Clinton), é cada vez
mais provável no Partido Democrata a possibilidade de que
a decisão sobre o indicado do
partido fique na mão dos superdelegados, figuras atuantes da
agremiação que têm liberdade
para votar como quiserem na
convenção nacional partidária
em Denver, em agosto.
Em vez de colocar luz no futuro da disputa, contudo, essa
hipótese tem trazido à tona
ainda mais dúvidas, já que
grande parte dos superdelegados ainda não declarou o voto.
A lista de incógnitas inclui o
ex-vice-presidente Al Gore, a
presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, o
ex-presidente Jimmy Carter e
congressistas veteranos como
Chris Dodd. No total, esses votantes livres ocuparão 796 das
4.049 cadeiras da convenção.
Entre superdelegados que já
se posicionaram estão os senadores John Kerry (por Obama)
e Dianne Feinstein (por Hillary), além, é claro, de Bill Clinton, que poderá votar na mulher por já ter sido presidente.
Hillary e Obama também votam, por serem senadores.
Ser congressista em Washington é garantia para ganhar
uma cadeira, mas há outras maneiras de se credenciar ao posto, como assumir cargos de liderança nas esferas estaduais
dos partidos ou ter sido presidente ou vice-presidente.
Como grande parte desses
votantes está em Washington
há anos, a expectativa era que
Hillary -primeira-dama por
oito anos, no único governo democrata dos últimos 27 anos-
teria apoio majoritário.
A lógica não é, contudo, tão
simples. "OK, Hillary é muito
mais conhecida de grande parte dos superdelegados e é uma
pessoa muito presente nas decisões do partido, mas não se
esqueça de que Barack Obama
também é senador e também
está lá fazendo contatos", diz
Matthew Baum, analista político da Universidade Harvard.
"Eu e muitos dos meus colegas democratas votaremos em
Hillary porque ela já mostrou
que tem experiência para tomar as decisões corretas. As
opiniões têm mudado no Senado, mas meu voto não vai mudar", diz à Folha Robert Menendez, superdelegado por ser
senador por Nova Jersey.
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