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Forças iranianas sufocam protestos antirregime
DA REDAÇÃO
Paralelamente às manifestações oficiais em comemoração
ao 31º aniversário da República
Islâmica, novos confrontos entre forças de segurança e manifestantes antirregime foram registrados por sites reformistas
na capital, Teerã, e no interior.
Segundo relatos sem confirmação independente -a imprensa estrangeira só foi autorizada a cobrir os atos oficiais-,
policiais e a milícia Basij recorreram a bombas de gás lacrimogêneo e munição não letal para
dispersar opositores que tentavam, sem sucesso, reeditar os
protestos em massa deflagrados após a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Grupos na casa das "centenas" de pessoas -à diferença
das milhares reunidas em protestos nos últimos meses- foram impedidos de chegar às
principais praças para ecoar
cânticos de "morte ao ditador".
Dezenas, ainda de acordo com
sites opositores, foram presos.
Entre os detidos, horas mais
tarde liberados, estariam uma
neta do aiatolá Ruhollah Khomeini, líder da revolução de
1979, e o marido, irmão do ex-presidente reformista Mohammad Khatami (1997-2005).
A mulher do líder opositor e
candidato derrotado na eleição
de junho Mir Hossein Mousavi
foi, segundo os relatos, atacada
por governistas, assim como o
próprio Khatami e o carro do
também candidato derrotado
Mehdi Karroubi, que teria sido
obrigado a retornar para casa.
"Nós não conseguimos nos
reunir em um único lugar porque [as forças de segurança] foram muito violentas", disse um
opositor à agência Associated
Press. "Éramos 300, no máximo 500, contra 10 mil" nos atos
em apoio ao governo e ao regime, disse outra manifestante.
A onda de protestos deflagrada em junho teve como estopim as suspeitas de fraude na
eleição, mas acabou se transformando em uma demonstração de insatisfação com o regime -mas não contra o programa nuclear, apoiado pelos principais líderes oposicionistas.
Nas últimas semanas, Teerã
já vinha emitindo sinais de recrudescimento no cerco aos
opositores e advertindo que
não mais toleraria o uso, por
manifestantes antirregime, de
datas de celebrações religiosas
ou nacionais para realizar protestos -como vinha ocorrendo.
No fim de janeiro, a execução
dos dois primeiros opositores
julgados após o pleito de junho
-e a condenação de outros ao
menos dez à morte- foi considerada um alerta à oposição.
Anteontem, Teerã anunciou
também a suspensão do serviço
de e-mail do Google -que, juntamente com outros programas na internet, serviu de ferramenta pela oposição. A Casa
Branca disse que o Irã "tenta
promover o bloqueio total de
informação" e manifestou
apoio aos manifestantes.
Com agências internacionais
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