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PÓS-IMPEACHMENT
Meta é tirar maioria republicana no Congresso; republicanos já admitem derrota em votação hoje no Senado
Clinton prepara revanche política
MARCELO DIEGO
de Nova York
O presidente dos EUA, Bill Clinton, 52, que deve ser confirmado
no cargo até janeiro de 2001, com a
não aprovação do impeachment
no Senado hoje, vai dedicar os próximos dois anos a tentar devolver
aos democratas a maioria no Congresso.
Os republicanos (oposicionistas)
controlam hoje a Câmara dos Representantes -223 cadeiras a
211- e o Senado -55 a 45.
O porta-voz da Presidência, Joe
Lockhart, disse que o presidente
vai "trabalhar vigorosamente" no
objetivo, mas negou que ele estivesse relacionado com o processo
de impeachment. "É uma meta política."
Os republicanos foram os principais adversários de Clinton em todo o processo, e o presidente os
culpa por ter levado o impeachment tão longe.
Segundo o jornal "The New York
Times", o objetivo principal do
presidente seria impedir que os 13
representantes que trabalharam
como promotores de acusação no
Senado sejam reeleitos no ano
2000. A informação foi atribuída a
assessores presidenciais e negada
por Lockhart. "Seria uma estratégia boba. Seremos mais espertos
do que isso", afirmou.
O líder republicano no Senado,
Trent Lott, reagiu e acusou o presidente de "usar o impeachment
com propósitos de vingança".
A votação do impeachment
acontecerá hoje, por volta das 14h
(horário de Brasília).
Desde terça-feira, cada 1 dos 100
senadores vem fazendo suas considerações finais por 15 minutos. As
sessões estão fechadas ao público.
A votação será aberta.
A remoção do presidente requer
dois terços dos votos dos senadores presentes.
Os republicanos admitem que a
hipótese é difícil e buscam a maioria simples dos votos em ambos os
artigos de impeachment para mostrar que "moralmente o presidente
foi condenado", nas palavras do
senador Richard Shelby.
A moção de censura também será apresentada em plenário, mas
também deve falhar.
O democrata Joseph Lieberman
propôs ontem uma alternativa à
censura. Sem necessidade de votar
em plenário, os senadores preparariam uma declaração condenando as atitudes de Clinton. A declaração iria circular pelo Senado, como um abaixo-assinado, e seria
enviada ao presidente.
Clinton é o segundo presidente
dos EUA a ter um impeachment
julgado pelo Senado. O primeiro
foi Andrew Johnson, em 1868, que
se livrou por um voto.
Clinton é acusado de obstrução à
Justiça e de ter cometido falso testemunho frente a um júri de inquérito. O presidente foi investigado
por seu envolvimento amoroso
com a ex-estagiária da Casa Branca
Monica Lewinsky, 25.
Até ontem, três senadores republicanos (James Jeffords, Arlen
Specter e John Chafee) haviam declarado que vão votar contra o impeachment de Clinton.
O presidente se encontrou ontem com o premiê alemão Gerhard
Schroeder na Casa Branca, mas
não deu declarações.
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