São Paulo, segunda-feira, 12 de março de 2007

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Segurança fecha Bogotá para hóspede

DO ENVIADO À COLÔMBIA

Nas primeiras horas do dia, um dos chefes do serviço decreto norte-americano ligou para sua central de despachos, nos EUA, recitou a senha do dia e recebeu as instruções. A passagem de horas de Bush pela capital colombiana era a missão mais perigosa de seu time de cerca de 250 homens que acompanham a viagem.
A eles se juntou um efetivo colombiano de 21 mil soldados para proteger seu hóspede. Grande parte de Bogotá foi fechada, assim como os 15 quilômetros que separam a base militar em que Bush aterrissou do palácio presidencial. A exceção eram policiais postados a cada dez metros e cerca de 30 franco-atiradores pelo caminho.
A proteção atingia perímetro de sete quilômetros do percurso de Bush. Até as ciclovias de Bogotá foram fechadas. Na véspera, cinco morteiros haviam sido localizados em bairros populares e desmontados pelo Exército. Além disso, há a situação dos reféns norte-americanos.
Em fevereiro de 2004, um avião monomotor caiu nas montanhas ao sul de Bogotá. Dentro deles estavam Marc Gonsalves, Tom Howes e Keith Stansell, que realizavam um vôo de observação a serviço do Departamento de Defesa dos EUA. Foram capturados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), grupo marxista que, como os paramilitares de direita, tira parte de sua renda de seqüestros e narcotráfico.
Os reféns continuam em poder do grupo, presume-se que ainda vivos. Enquanto Bush se reunia com Uribe, havia rumores de que uma operação militar conjunta entre as Forças Armadas locais e as dos EUA poderia estar em curso para libertá-los.
Segundo a lei norte-americana, em tempos de paz, militares dos EUA só podem participar de ações em países estrangeiros como convidados das forças locais. É o que estaria acontecendo neste momento. Ontem, Bush tocou no assunto, escolhendo as palavras. "Estou preocupado com a segurança deles, realmente preocupado com suas famílias", afirmou. Mas não quis confirmar o plano: "Discuti o assunto com o presidente Uribe, que está desenvolvendo estratégias para capturá-los a salvo".
Nas ruas que ainda restavam abertas, cerca de 5.000 manifestantes protestaram contra a visita. Cerca de 200 entraram em choque com a polícia, que os recebeu com jatos de água e golpes de cassetete. A maioria foi detida. (SD)


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