São Paulo, segunda-feira, 12 de março de 2007 |
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Bush não tem muito a oferecer, diz historiador
DENYSE GODOY
Os países latino-americanos
não devem esperar muito da visita do presidente americano.
"Em final de mandato, Bush está de mãos atadas, não tem
muito o que oferecer", afirma o
historiador Greg Grandin, da
Universidade de Nova York.
FOLHA - O senhor chama de "realismo punitivo" a ideologia que fundamenta a atual política externa dos EUA. Pode explicar o que isso significa? GRANDIN - Costumo empregá-lo para falar sobre o que aconteceu no governo Bush: a união de duas diferentes correntes que sempre existiram na história da diplomacia americana, o realismo e o idealismo [os interesses concretos dos EUA e suas crenças]. Bush reabilitou o militarismo como instrumento legítimo de Estado, utilizando como justificativa para isso teorias idealistas -por exemplo, o projeto de espalhar a democracia. Essa linguagem adotada pelos republicanos remonta ao que foi feito na América Central nos anos 80, ou seja, o apoio, de maneira muito violenta, aos regimes que havia em El Salvador, na Guatemala. Essa violência era justificada em termos idealistas. FOLHA - Por que o senhor diz que
entender a relação dos EUA com a
América Latina é essencial para
compreender a "guerra ao terror"?
FOLHA - Quais são os objetivos de
Bush na América Latina hoje?
FOLHA - Que armas Bush teria para
conquistar apoio na região?
FOLHA - Essa viagem não terá resultado nenhum?
FOLHA - O antiamericanismo na
América Latina é acompanhado pelo consumo da cultura americana e
pelo desejo de emigrar para os EUA.
É um paradoxo?
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