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Caracas detém suposto guerrilheiro
Cooperação com Bogotá ocorre dias depois de Uribe ter acusado Chávez de entregar dinheiro às Farc
Equipe da Interpol chega à Colômbia para analisar conteúdo do computador da guerrilha apreendido no acompamento atacado
DA REDAÇÃO
A Venezuela anunciou ontem que está investigando a
identidade de um colombiano
ferido a bala encontrado na
fronteira entre os países. Autoridades do país dizem suspeitar
que ele seja um guerrilheiro ou
paramilitar.
A imprensa local chegou a
cogitar que o ferido, que se internou numa clínica privada de
Rubio (670 km a oeste de Caracas) no sábado passado, levado
por um acompanhante, fosse
Milton de Jesús Toncel. Também conhecido como "Joaquín
Gómez", Toncel foi designado
pela guerrilha para ocupar o
posto de Raúl Reyes, o número
dois das Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia),
morto por ataque colombiano
no Equador em 1º de março.
Mas, no fim do dia, militares
descartaram a hipótese, exibindo na TV a imagem do homem
ferido, sob custódia venezuelana, e fotos de "Joaquín Gómez".
Segundo o general Jesús
González, chefe do Comando
Operacional das Forças Armadas venezuelanas, tanto o
acompanhante -cuja identidade também está sendo investigada- como o homem ferido
apresentaram documentos falsos aos médicos e depois admitiram ser colombianos. A agência oficial de notícias venezuelana ABN informou que impressões digitais dos dois foram
encaminhadas à Colômbia.
O gesto ostensivo de colaboração com a Colômbia, raro na
relação recente entre os dois
países quanto a temas de segurança, ocorre dias depois de o
presidente colombiano, Álvaro
Uribe, ter acusado o colega Hugo Chávez de ter entregue US$
300 milhões às Farc. Uribe se
baseava em documentos que,
segundo ele, foram encontrados num computador de Reyes.
Na segunda-feira, os Estados
Unidos, aliados da Colômbia,
anunciaram que, com base nesses documentos, estavam cogitando incluir a Venezuela na
lista americana dos países que
patrocinam o terrorismo. "É
um despropósito", reagiu ontem Jorge Valero, vice-chanceler da Venezuela para a América do Norte.
Ontem chegou a Bogotá uma
equipe da Interpol que analisará os três computadores
apreendidos pelo governo colombiano no acampamento das
Farc atacado. Segundo Bogotá,
documentos nos computadores revelam laços da guerrilha
com os governos da Venezuela
e do Equador. Chávez e o equatoriano Rafael Correa afirmam
que os contatos visavam a libertação de reféns do grupo.
Visita da OEA
A comissão da OEA que investiga o ataque de 1º de março
esteve ontem na Colômbia.
Chefiada pelo secretário-geral
da entidade, José Miguel Insulza, ela foi levada por membros
do governo colombiano à zona
fronteiriça com o Equador, no
departamento de Putumayo,
de onde partiu a ação militar.
Vinda do Equador, onde visitou o acampamento atacado, a
comissão -composta também
por representantes de Brasil,
Panamá, Bahamas, Peru e Argentina- receberia informações colombianas sobre a ação,
além de sobrevoar áreas de erradicação de plantações de coca
-o Equador alega que os herbicidas usados ameaçam a saúde
de sua população.
A comissão da OEA produzirá um relatório a ser analisado
pelos chanceleres da entidade,
no próximo dia 17, com "opiniões sobre normas jurídicas
que foram violadas", segundo
Insulza.
Com agências internacionais
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