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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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Tikrit torna-se último alvo de peso

DA REDAÇÃO

Combatentes curdos e forças especiais norte-americanas completaram ontem a tomada do norte do Iraque ao entrarem, sem enfrentar resistência, em Mossul, a mais importante cidade da região. A queda de Mossul deixa Tikrit, cidade natal de Saddam Hussein, como último alvo significativo em território iraquiano a ser ocupado pela coalizão anglo-americana.
Exceto por bolsões de resistência em distritos de Bagdá e regiões como Qaim (nordeste), as defesas do regime iraquiano ruíram, em não mais que 22 dias, diante do poderio militar dos EUA. "O Exército iraquiano não existe mais como corpo organizado", disse o general Vincent Brooks, porta-voz do comando militar.
Segundo Brooks, oficiais da 5º Corpo do Exército iraquiano, encarregado da defesa de Mossul, assinaram cessar-fogo com as tropas dos EUA. A CNN exibiu imagens de centenas de homens, supostamente combatentes, a maioria a pé, sem armas, trajando roupas civis, caminhando pelas estradas da região em direção ao sul.
A tomada de Mossul ocorreu um dia depois de os curdos (e membros de forças especiais dos EUA) terem assumido o controle de Kirkuk, o centro da indústria petrolífera do Iraque. Ontem, de acordo com os EUA, os guerrilheiros cumpriram a promessa de deixar Kirkuk, a tradicional capital dos curdos. Fronteiriça ao norte do Iraque, a Turquia reivindicou aos americanos que não permitissem aos curdos continuarem na cidade. O temor é de que a minoria curda que vive em território turco deflagre um movimento de independência.
Forças de coalizão destruíram cinco pequenos aviões (que poderiam ser usados para fugas) em Tikrit. Com apenas 28 mil habitantes, a cidade abriga um dos mais sofisticados palácios de Saddam -no qual, estariam instaladas rotas de túneis e abrigos antiaéreos. A cidade também era considerada um dos mais importantes centros de poder do partido Baath. Assessores próximos de Saddam e mesmo guarda-costas do ex-ditador eram recrutados lá.
Há semanas, por meio de bombardeios, os EUA tentam eliminar as posições da Divisão Adnan da Guarda Republicana, encarregada de defender Tikrit. Segundo um enviado da "Newsweek", soldados e paramilitares permaneciam na cidade e destruíram uma ponte sobre o rio Tigre.
Mas outros combatentes, relatava o repórter, simplesmente abandonaram seus postos. Isso teria criado uma perímetro "sem lei" no qual guerrilheiros curdos estariam atacando vilarejos.
Na noite de ontem, o diário Washignton Post, citando fontes da inteligência norte-americana, informou que Tikrit não tinha mais nenhuma linha de defesa do Exército iraquiano.
Tropas da coalizão enfrentaram dura resistência em Qaim, na fronteira com a Síria, considerada outra das rotas de fuga. Membros das forças especiais dos EUA atuavam na região à procura de membros do regime de Saddam.


Com agências internacionais


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