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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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VENEZUELA

Votação pode ser em agosto

Oposição faz acordo com Chávez para referendo

DA REDAÇÃO

O governo venezuelano e a oposição no país chegaram ontem a um acordo para permitir a realização de um referendo para revogar o mandato do presidente Hugo Chávez a partir de agosto, desde que seja solicitado por pelo menos 20% do eleitorado (2,4 milhões de pessoas), como determina a Constituição.
O acordo foi anunciado ontem pelo secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), César Gaviria, que tentava desde novembro mediar um acordo para pôr fim à tensão política no país.
O pacto, com 22 pontos, deve ser assinado pelas duas partes em Caracas após a Semana Santa, com a presença de Gaviria e do ex-presidente americano Jimmy Carter, cujo Centro Carter também mediava o diálogo.
Segundo o acordo, a eventual celebração de um referendo revogatório poderá ocorrer "se for solicitado pelo número exigido de eleitores pela Constituição e se for aprovado pelo novo Conselho Nacional Eleitoral". O governo disse que financiará a votação se essas condições forem cumpridas.
Na prática, o acordo é um revés para a oposição, que entre dezembro e fevereiro promoveu uma greve geral de 63 dias para forçar Chávez a renunciar e que já havia recolhido mais de 4 milhões de assinaturas a favor do referendo.
Chávez disse ontem que as assinaturas já recolhidas são inválidas, porque o abaixo-assinado só poderia ser feito após a metade do seu mandato, em agosto. "Eles terão de coletá-las de novo", disse.
Os opositores que negociaram o acordo de ontem lideraram também a greve geral, que praticamente paralisou a produção de petróleo do país, o quinto maior produtor mundial, e causou prejuízos de US$ 6 bilhões.


Com agências internacionais


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