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VENEZUELA
Votação pode ser em agosto
Oposição faz acordo com Chávez para referendo
DA REDAÇÃO
O governo venezuelano e a oposição no país chegaram ontem a
um acordo para permitir a realização de um referendo para revogar o mandato do presidente Hugo Chávez a partir de agosto, desde que seja solicitado por pelo
menos 20% do eleitorado (2,4 milhões de pessoas), como determina a Constituição.
O acordo foi anunciado ontem
pelo secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), César Gaviria, que tentava
desde novembro mediar um
acordo para pôr fim à tensão política no país.
O pacto, com 22 pontos, deve
ser assinado pelas duas partes em
Caracas após a Semana Santa,
com a presença de Gaviria e do
ex-presidente americano Jimmy
Carter, cujo Centro Carter também mediava o diálogo.
Segundo o acordo, a eventual
celebração de um referendo revogatório poderá ocorrer "se for solicitado pelo número exigido de
eleitores pela Constituição e se for
aprovado pelo novo Conselho
Nacional Eleitoral". O governo
disse que financiará a votação se
essas condições forem cumpridas.
Na prática, o acordo é um revés
para a oposição, que entre dezembro e fevereiro promoveu uma
greve geral de 63 dias para forçar
Chávez a renunciar e que já havia
recolhido mais de 4 milhões de
assinaturas a favor do referendo.
Chávez disse ontem que as assinaturas já recolhidas são inválidas, porque o abaixo-assinado só
poderia ser feito após a metade do
seu mandato, em agosto. "Eles terão de coletá-las de novo", disse.
Os opositores que negociaram o
acordo de ontem lideraram também a greve geral, que praticamente paralisou a produção de
petróleo do país, o quinto maior
produtor mundial, e causou prejuízos de US$ 6 bilhões.
Com agências internacionais
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