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Mortos em Fallujah podem chegar a 600; trégua é estendida até hoje
DA REDAÇÃO
A trégua proposta pelas forças
de ocupação dos EUA aos insurgentes sunitas de Fallujah (50 km
a oeste de Bagdá) foi relativamente respeitada durante o dia de ontem e dura pelo menos até hoje.
O diretor de um hospital local
disse que eram 600 os mortos iraquianos na cidade de 200 mil habitantes, desde que, há uma semana, os EUA cercaram Fallujah para caçar os responsáveis pela morte, em 31 de março, seguida de
mutilação e queima de cadáveres,
de quatro civis americanos.
Rafie Issawi, diretor do Hospital
Geral de Fallujah, disse à Associated Press que ele e sua equipe chegaram ao número de 600 mortos
por meio de um levantamento
dos cadáveres contabilizados em
todas as clínicas da cidade.
Até quarta-feira, data do último
levantamento, os mortos iraquianos totalizavam 280. Os EUA realizaram fortes ataques contra a cidade, um dos centros da resistência sunita, inclusive com bombardeios aéreos. "Temos notícias de
pessoas que foram enterradas nos
quintais de suas casas, e cujas famílias não notificaram o óbito às
autoridades", disse Issawi.
Entrevistado pela rede americana ABC, Paul Bremer, administrador civil do Iraque, disse que os
EUA impõem como condição para a manutenção do cessar-fogo
que os insurgentes não mais ataquem as patrulhas americanas.
O cessar-fogo tem como objetivo permitir que membros do
Conselho de Governo Iraquiano
negociem com os insurgentes. A
intensidade do ataque dos EUA
em Fallujah provocou críticas dos
líderes iraquianos que formam o
conselho, nomeado pelos EUA.
Indagado sobre a veracidade
dos registros de centenas de mortos, o coronel americano Brennan
Byrne disse que "95% desses iraquianos eram do sexo masculino
e estavam em idade de prestar serviço militar", numa alusão ao suposto estatuto de combatente das
vítimas. "Os marines são treinados para atingir com precisão
seus alvos. O fato de terem atingido 600 demonstra que eles são
muito bons naquilo que fazem",
disse Byrne, segundo a AP.
No sábado, o militar americano
dissera que eram apenas 40 os insurgentes mortos em Fallujah, e
que 19 outros poderiam ter perecido durante o cerco.
Cadáveres foram sepultados em
campos de futebol, e familiares
aproveitavam a trégua de ontem
para realizar rápidas cerimônias
fúnebres. Num desses locais, batizado de "o cemitério dos mártires", cerca de 300 corpos já haviam sido enterrados, disse Khalaf al Jumailium, um coveiro voluntário.
Cerca de um terço dos moradores da cidade conseguiu fugir nos
últimos dias. Os combates se concentraram nas zonas residenciais
e ao redor de mesquitas. Os americanos tiveram o apoio de helicópteros e de aviões AC-130.
Comparada ao quadro de guerrilha urbana que vigorou até sábado pela manhã, a cidade estava
ontem bastante calma, com tiros
esporádicos aqui e ali. Só dois marines foram feridos ontem.
Membros do Conselho de Governo Iraquiano prosseguiam as
negociações com líderes religiosos, responsáveis pelas milícias e
dirigentes tribais da região.
Com agências internacionais
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