São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2004

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Sete chineses são seqüestrados; japoneses continuam como reféns

DA REDAÇÃO

A agência oficial de notícias chinesa Xinhua anunciou ontem que sete chineses foram seqüestrados na região central do Iraque. Sem revelar mais detalhes, a Xinhua disse apenas que a informação foi transmitida por um diplomata do país em Bagdá.
A China, considerada um país amigo pelo regime de Saddam Hussein, opôs-se à invasão do Iraque sem aprovação da ONU.
Após terem anunciado que libertariam os três reféns japoneses ontem, as Brigadas Mujahideen voltaram atrás. Segundo a rede de TV árabe Al Jazira, os seqüestradores agora ameaçam matar um dos cativos em 24 horas se o Japão não retirar suas tropas do Iraque.
Não há notícias sobre o americano Thomas Hamill, 43. Ele foi capturado na sexta-feira, quando rebeldes atacaram o comboio de transporte de combustível do qual fazia parte. Os seqüestradores deram um prazo até a manhã de ontem para que os americanos suspendessem o ataque a Fallujah e evitassem a morte de Hamill.
Anteontem, a Al Jazira mostrou uma gravação em que Hamill aparecia relativamente calmo. Segundo um locutor, o americano disse que estava bem e que queria avisar sua família que estava sendo bem tratado.
A Chancelaria alemã disse ontem que os dois alemães que trabalhavam como seguranças da embaixada do país e foram capturados na quarta-feira perto de Fallujah estão "provavelmente mortos". "Mas ainda não temos uma confirmação final", declarou uma porta-voz. O incidente só foi revelado anteontem. O jornal britânico "Sunday Telegraph" afirmou ontem que os dois foram mortos e publicou a foto do que seria o corpo de um dos alemães.
A Al Jazira informou que oito motoristas de caminhão estrangeiros foram libertados ontem. "Nós os soltamos atendendo pedido da Associação dos Clérigos Muçulmanos, depois de estarmos certos de que eles não mais terão relações com as forças de ocupação", disse um homem mascarado na gravação levada ao ar.
Com aparência assustada, os seqüestrados disseram seus nomes, idades e nacionalidades para a câmera. Três são do Paquistão, dois da Turquia, um das Filipinas, um da Índia e um do Nepal. Também ontem foi libertado o britânico Gary Teeley, 37, que havia sido aprisionado na última segunda-feira em Nassiriah (sul). Segundo a agência de notícias Reuters, não está claro qual a atividade que Teeley tinha no Iraque.
Na quinta-feira, a televisão iraniana exibiu imagens de dois árabes seqüestrados. O palestino Nabil George Razuq, 30, morador da região de Jerusalém controlada por Israel, e o canadense de origem síria Fadi Ihsan Fadel, 33, que trabalha para uma agência humanitária, são acusados de espionar para os israelenses. Razuk trabalha para a Research Triangle International, empresa americana envolvida na reconstrução.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, pediu a seu escritório em Bagdá providências para a libertação dos dois. Ontem, o secretário parlamentar para canadenses no exterior, Dan McTeague, afirmou que as negociações estão em uma "etapa extremamente delicada". Um porta-voz do governo canadense disse que Fadel está sendo alimentado e tem boa saúde.
Na sexta-feira, insurgentes anunciaram ter prendido quatro italianos e dois americanos em Bagdá. O governo do premiê Silvio Berlusconi afirmou que nenhum dos italianos registrados no Iraque está desaparecido, mas a imprensa do país diz que eles podem estar trabalhando incógnitos para empresas de segurança. Um jornalista da Reuters viu dois estrangeiros sendo conduzidos para uma mesquita, o que corroboraria o anúncio dos insurgentes.
Anteontem, a TV por satélite Al Arabiya revelou que um grupo de insurgentes declarou estar mantendo em cativeiro 30 estrangeiros e ameaçou decapitá-los caso as forças americanas não suspendam o cerco a Fallujah. Não foram apresentadas provas desse suposto seqüestro.


Com agências internacionais


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