São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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ELEIÇÃO SEM RESULTADO

Repressão no Zimbábue cresce, e oposição pede greve

DA REDAÇÃO

Com passeatas banidas, relatos de violência policial e uma greve geral programada, a tensão voltou a crescer no Zimbábue ontem, em meio à crise política gerada com a demora na divulgação dos resultados das eleições presidenciais do último dia 29.
Depois de uma proibição a atos públicos na capital, o principal partido de oposição, o Movimento pela Mudança Democrática (MDC), fez um apelo para uma greve geral a ser iniciada na próxima terça-feira.
"Vamos todos ficar em casa até que os resultados sejam anunciados", diziam os panfletos distribuídos ontem no país. O MDC afirma que seu candidato, Morgan Tsvangirai, derrotou na votação o ditador Robert Mugabe, há 28 anos no poder.
Enquanto a comissão eleitoral não divulga os resultados, aumentam os relatos de ataques das forças de segurança a opositores.
O MDC afirma que o advogado de Tsvangirai foi preso e que até mil pessoas em todo o país já foram atacadas ou detidas desde a votação.
A organização Anistia Internacional também emitiu um alerta contra a violência, que, segundo o grupo, "parece ser coordenada". "Vítimas foram tiradas de ônibus e atacadas em suas casas em áreas rurais, vilas e fazendas." A organização recebeu relatos de que policiais bateram em eleitores por "não terem votado corretamente".
Em outro sinal do aprofundamento da crise, Mugabe voltou atrás ontem e cancelou sua participação em um encontro de emergência da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral), marcado para hoje na Zâmbia.
Para o jornal britânico "Financial Times", a desistência do ditador pode sinalizar uma perda de apoio regional, frente a uma organização que tradicionalmente respalda sua permanência no poder. Ele será substituído por três ministros na reunião, que poderá produzir um apelo pelos resultados.


Com agências internacionais


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