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ELEIÇÃO SEM RESULTADO
Repressão no Zimbábue cresce, e oposição pede greve
DA REDAÇÃO
Com passeatas banidas,
relatos de violência policial e
uma greve geral programada,
a tensão voltou a crescer no
Zimbábue ontem, em meio à
crise política gerada com a
demora na divulgação dos
resultados das eleições presidenciais do último dia 29.
Depois de uma proibição a
atos públicos na capital, o
principal partido de oposição, o Movimento pela Mudança Democrática (MDC),
fez um apelo para uma greve
geral a ser iniciada na próxima terça-feira.
"Vamos todos ficar em casa até que os resultados sejam anunciados", diziam os
panfletos distribuídos ontem no país. O MDC afirma
que seu candidato, Morgan
Tsvangirai, derrotou na votação o ditador Robert Mugabe, há 28 anos no poder.
Enquanto a comissão eleitoral não divulga os resultados, aumentam os relatos de
ataques das forças de segurança a opositores.
O MDC afirma que o advogado de Tsvangirai foi preso
e que até mil pessoas em todo o país já foram atacadas
ou detidas desde a votação.
A organização Anistia Internacional também emitiu
um alerta contra a violência,
que, segundo o grupo, "parece ser coordenada". "Vítimas
foram tiradas de ônibus e
atacadas em suas casas em
áreas rurais, vilas e fazendas." A organização recebeu
relatos de que policiais bateram em eleitores por "não terem votado corretamente".
Em outro sinal do aprofundamento da crise, Mugabe voltou atrás ontem e cancelou sua participação em
um encontro de emergência
da SADC (Comunidade para
o Desenvolvimento da África
Austral), marcado para hoje
na Zâmbia.
Para o jornal britânico "Financial Times", a desistência
do ditador pode sinalizar
uma perda de apoio regional,
frente a uma organização
que tradicionalmente respalda sua permanência no
poder. Ele será substituído
por três ministros na reunião, que poderá produzir
um apelo pelos resultados.
Com agências internacionais
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