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São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Em visita à região, Colin Powell negocia primeiro encontro entre os dois, que pode acontecer nesta semana

EUA articulam reunião entre Sharon e Mazen

Nasser Shiyoukhi/Associated Press
Prisioneiro palestino beija parente em Hebron (Cisjordânia) após ser solto de prisão israelense


DA REDAÇÃO

A visita do secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, ao Oriente Médio neste final de semana parece ter aberto caminho para um encontro entre o premiê de Israel, Ariel Sharon, e seu colega palestino, Abu Mazen. Os dois teriam concordado em se reunir ainda esta semana, após terem conversado separadamente com o enviado americano.
A informação, divulgada pela rádio Israel, ainda não foi confirmada, mas Sharon já disse estar disposto a se encontrar com Mazen, que também teria demonstrado interesse pela reunião.
Esse seria o primeiro encontro entre os dois desde que Mazen assumiu o cargo de premiê, em passo importante para a retomada do processo de paz, interrompido desde o início de 2001.
O local da reunião não estaria definido. E a data seria anterior à viagem de Sharon aos EUA para se reunir, no próximo dia 20, com o presidente George W. Bush.
Além do encontro, os dois líderes também fizeram algumas concessões para a implementação do plano de paz para o Oriente Médio. Porém Sharon e Mazen fizeram exigências um ao outro nos encontros separados que mantiveram com Powell: o primeiro se reuniu com o secretário em Jerusalém e o segundo em Jericó (Cisjordânia). Ambos querem que o outro lado aja primeiro, apesar de afirmarem que estão comprometidos com o plano de paz.
A principal medida de Israel foi o anuncio da libertação de 61 prisioneiros e da readmissão de cerca de 25 mil trabalhadores palestinos (leia texto abaixo). Os palestinos afirmaram que deixaram de lado todas as reservas" em relação ao plano para que a paz seja alcançada.
Powell pediu a Sharon que o cotidiano dos palestinos seja facilitado. Aos palestinos, pediu que realizem ações decisivas para desarmar e desmantelar a infra-estrutura terrorista.
O plano de paz foi implementado após a Autoridade Nacional Palestina (ANP) aceitar a criação do cargo de primeiro-ministro. Mazen, aliado histórico de Arafat, foi designado para o posto. Mais moderado, o premiê é bem visto pelos EUA e por Israel por suas críticas às ações violentas contra israelenses na Intifada (levante contra a ocupação israelense).
Arafat, impedido por Israel de deixar seu QG em Ramallah (Cisjordânia), não é considerado confiável por ser acusado de não combater o terror. Ele nega.
Mazen afirmou que o seu governo está disposto a lutar contra o terrorismo. "Deixamos de lado nossas reservas e aceitamos [o plano de paz" do jeito que está", afirmou o premiê.
Porém Mazen exigiu que Israel coloque "fim aos assentamentos, acabe com os assassinatos [de palestinos", com as punições coletivas, com a destruição de fazendas e da infra-estrutura, com as restrições ao movimento dos palestinos e liberte milhares de prisioneiros". O premiê pediu que Arafat volte a ter movimento livre.
Sharon se disse pronto "para a paz", desde que a segurança de Israel não seja posta em risco. Ele exigiu o fim do terrorismo.
Ainda ontem, Colin Powell anunciou uma ajuda de US$ 50 milhões aos palestinos. O dinheiro deve ser usado para reconstruir a infra-estrutura e reaquecer a economia palestina.

Com agências internacionais


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