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ORIENTE MÉDIO
Instituições da região frustram plano da Liga Árabe de depositar salários atrasados por medo de punição dos EUA
Boicote de bancos barra ajuda a palestinos
DA REDAÇÃO
A Liga Árabe desistiu do plano
de depositar os salários dos funcionários da Autoridade Nacional
Palestina (ANP), atrasados há
dois meses, diretamente em suas
contas, devido ao medo de bancos
internacionais e da região de sofrer represálias dos Estados Unidos se fizerem a transferência.
Hanna Amireh, membro do comitê executivo da Organização
para Libertação da Palestina
(OLP), confirmou o fracasso do
plano sem oferecer explicações,
mas diplomatas ocidentais disseram ao jornal israelense "Haaretz" que bancos da região se recusaram a efetuar os depósitos.
O Hamas esperava que a Liga
Árabe, cuja sede fica no Cairo,
conseguiria driblar o boicote depositando cerca de US$ 70 milhões diretamente nas contas dos
servidores. O governo controlado
pelo grupo terrorista tem dívida
de US$ 1,3 bilhão e não conta com
fonte de renda para pagar os salários de seus 165 mil funcionários.
Na terça-feira o Quarteto de
mediação do Oriente Médio
-formado por EUA, União Européia, Nações Unidas e Rússia-
chegou a um acordo para criar
um mecanismo que permitisse
canalizar recursos para ajudar os
palestinos, sem passar pelo Hamas. Não ficou claro se o dinheiro
seria usado para pagar salários.
Os bancos da região são particularmente vulneráveis à pressão
americana, pois dependem de
instituições financeiras dos EUA
para suas operações diárias. Sob a
lei americana, todo banco que se
recusar a colaborar com os EUA
no boicote ao Hamas pode ter
seus bens no país congelados e o
acesso ao mercado financeiro
americano negado.
Combustíveis
A empresa israelense Dor Alon
Energy vai retomar o abastecimento de combustível aos territórios palestinos, que havia sido
suspenso devido à falta de pagamento. O chefe da agência palestina de petróleo, Mujahed Salameh,
disse que o acordo foi alcançado
depois de o presidente palestino,
Mahmoud Abbas, ter garantido
por escrito que a dívida seria quitada em dez dias.
O corte no fornecimento ameaçava aprofundar as dificuldades
econômicas e mergulhar os territórios palestinos numa grave crise
humanitária. A Dor Alon é responsável por todo o abastecimento de combustíveis e gás de cozinha às áreas palestinas.
Foi anunciada ontem uma proposta formulada por altos dirigentes palestinos presos em Israel
para suavizar a posição do Hamas
em relação a Israel, num possível
indício de que o grupo terrorista
está sendo forçado à moderação.
A proposta, que aceita um Estado
palestino ao lado de Israel, foi
subscrita por um conhecido militante do Hamas, mas não se sabe
se ela é aceita pela liderança do
grupo em Gaza e Damasco.
Com agências internacionais
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