São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 2006

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ORIENTE MÉDIO

Instituições da região frustram plano da Liga Árabe de depositar salários atrasados por medo de punição dos EUA

Boicote de bancos barra ajuda a palestinos

DA REDAÇÃO

A Liga Árabe desistiu do plano de depositar os salários dos funcionários da Autoridade Nacional Palestina (ANP), atrasados há dois meses, diretamente em suas contas, devido ao medo de bancos internacionais e da região de sofrer represálias dos Estados Unidos se fizerem a transferência.
Hanna Amireh, membro do comitê executivo da Organização para Libertação da Palestina (OLP), confirmou o fracasso do plano sem oferecer explicações, mas diplomatas ocidentais disseram ao jornal israelense "Haaretz" que bancos da região se recusaram a efetuar os depósitos.
O Hamas esperava que a Liga Árabe, cuja sede fica no Cairo, conseguiria driblar o boicote depositando cerca de US$ 70 milhões diretamente nas contas dos servidores. O governo controlado pelo grupo terrorista tem dívida de US$ 1,3 bilhão e não conta com fonte de renda para pagar os salários de seus 165 mil funcionários.
Na terça-feira o Quarteto de mediação do Oriente Médio -formado por EUA, União Européia, Nações Unidas e Rússia- chegou a um acordo para criar um mecanismo que permitisse canalizar recursos para ajudar os palestinos, sem passar pelo Hamas. Não ficou claro se o dinheiro seria usado para pagar salários.
Os bancos da região são particularmente vulneráveis à pressão americana, pois dependem de instituições financeiras dos EUA para suas operações diárias. Sob a lei americana, todo banco que se recusar a colaborar com os EUA no boicote ao Hamas pode ter seus bens no país congelados e o acesso ao mercado financeiro americano negado.

Combustíveis
A empresa israelense Dor Alon Energy vai retomar o abastecimento de combustível aos territórios palestinos, que havia sido suspenso devido à falta de pagamento. O chefe da agência palestina de petróleo, Mujahed Salameh, disse que o acordo foi alcançado depois de o presidente palestino, Mahmoud Abbas, ter garantido por escrito que a dívida seria quitada em dez dias.
O corte no fornecimento ameaçava aprofundar as dificuldades econômicas e mergulhar os territórios palestinos numa grave crise humanitária. A Dor Alon é responsável por todo o abastecimento de combustíveis e gás de cozinha às áreas palestinas.
Foi anunciada ontem uma proposta formulada por altos dirigentes palestinos presos em Israel para suavizar a posição do Hamas em relação a Israel, num possível indício de que o grupo terrorista está sendo forçado à moderação. A proposta, que aceita um Estado palestino ao lado de Israel, foi subscrita por um conhecido militante do Hamas, mas não se sabe se ela é aceita pela liderança do grupo em Gaza e Damasco.


Com agências internacionais


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