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Grupo pró-Europa vence eleição na Sérvia
Coalizão do presidente Boris Tadic derrota nacionalistas, mas tem de atrair mais partidos para formar maioria
DA REDAÇÃO
O grupo pró-União Européia
da Sérvia derrotou os nacionalistas nas eleições legislativas
de ontem. Poucas horas após o
fechamento das urnas, o presidente pró-ocidental Boris Tadic proclamou a vitória de sua
Coalizão por uma Sérvia Européia sobre os ultranacionalistas
do Partido Radical Sérvio.
Como a coalizão não conseguiu maioria absoluta -fez 103
das 250 cadeiras-, precisará
aliar-se a partidos menores para formar um governo. Assim,
existe a possibilidade de os grupos nacionalistas se unirem
contra Tadic.
O líder dos ultranacionalistas, Tomislav Nikolic, reclamou
do fato de o presidente ter proclamado vitória e disse que tem
boas chances de formar uma
maioria juntando-se a outros
partidos conservadores.
O presidente Tadic, por seu
lado, descreveu a vitória da coalizão como "convincente" e disse que ela mostra que a maioria
dos sérvios deseja ingressar na
União Européia.
Mas, numa espécie de concessão ao nacionalismo, Tadic
afirmou que seu governo jamais reconhecerá Kosovo como um Estado independente.
De acordo com projeções, a
coalizão deverá ficar com 39%
dos votos, contra 28,6% dos ultranacionalistas de Nikolic.
Em terceiro lugar, com
11,6%, deverá ficar o Partido
Democrático da Sérvia, liderado pelo premiê demissionário,
Vojislav Kostunica. Depois que
Kosovo declarou independência, Kostunica rompeu com Tadic (o que precipitou o pleito de
ontem) e abraçou posições nacionalistas mais radicais.
O Partido Socialista do ex-homem-forte da Sérvia Slobodan Milosevic obteve mais votos que o esperado, perfazendo
8,2%, o suficiente para obter
representação parlamentar.
As eleições de ontem foram
as primeiras desde que Kosovo
declarou sua independência,
em fevereiro. Com isso, muitos
analistas esperavam que os
brios nacionalistas levassem a
uma vitória dos radicais.
O comparecimento ao pleito
foi de 60%. É uma taxa menor
do que a das eleições presidenciais de janeiro, mas alta para
um pleito legislativo.
Dragan Sutanovac, o ministro da Defesa da Sérvia e membro da coalizão de Tadic, disse
que os eleitores "preferiram a
realidade a mitos", referindo-se à idéia transmitida pelos radicais de que a Sérvia não sobreviveria sem Kosovo. Ele disse que a coalizão está aberta a
negociações com todos os partidos, exceto os radicais.
Os sérvios de Kosovo organizaram um pleito paralelo no
novo Estado, como se ele ainda
fizesse parte da Sérvia. A ONU
classificou as eleições como ilegais, mas não impediu a população de votar.
Kostunica e Nikolic tentaram galvanizar a insatisfação
dos sérvios com a independência de Kosovo e seu reconhecimento por parte de EUA, Canadá, Japão e países-chave da UE.
Os sérvios consideram Kosovo, território onde os eslavos
travaram importantes batalhas
contra o império Otomano, o
coração do país.
Com agências internacionais
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