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São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Prisões são anunciadas junto com décima baixa americana em 16 dias; partidários de Saddam são suspeitos

Após ataques, EUA detêm 397 iraquianos

DA REDAÇÃO

Os recorrentes ataques iraquianos contra soldados dos EUA nas últimas três semanas culminaram com uma caçada a simpatizantes do ex-ditador Saddam Hussein que, entre terça-feira e ontem, resultou na prisão de 397 pessoas.
Mais um soldado americano foi morto ontem em um ataque com granadas contra um posto de coleta de armas. Foi a décima baixa americana em 16 dias. Do lado iraquiano, as baixas nos ataques, embora não contabilizadas, são estimadas em dezenas.
A operação de busca, na cidade de Balad (60 km ao norte de Bagdá), envolveu "equipes de ataque aéreo, terrestre e patrulhas de barcos", informou o Centcom (Comando Central americano). Além das detenções, foram apreendidas armas e munição.
O secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, havia dito anteontem que os ataques viriam de simpatizantes do ex-ditador Saddam Hussein e não seriam uma campanha organizada.
Segundo o líder iraquiano Ahmed Chalabi, Saddam -desaparecido desde 9 de abril- teria sido visto algumas vezes entre as cidades de Diyala, Dulaimi e Tikrit (sua cidade natal), a noroeste de Bagdá. O Centcom nega.
Chalabi também afirmou que Saddam teria oferecido recompensas aos iraquianos por cada soldado americano morto.
O Pentágono abriu um inquérito ontem para investigar a morte de um iraquiano mantido como prisioneiro de guerra, cujo corpo foi achado na sexta-feira em um campo da coalizão anglo-americana perto de Nassiriah. O iraquiano, capturado em 3 de maio, não estava na lista dos 55 iraquianos mais procurados divulgada pelos EUA.

Blair
O premiê britânico, Tony Blair, cuja administração se tornou alvo de duas comissões parlamentares de inquérito sob suspeita de ter adulterado relatórios dos serviços secretos sobre o Iraque, declarou ontem que não comparecerá à audiência da investigação aberta pela comissão de assuntos externos do Parlamento.
Citando precedentes, Blair afirmou que o chanceler Jack Straw representará o gabinete.
Mas o premiê se comprometeu a colaborar com a CPI aberta pela comissão conjunta de inteligência, cujas audiências são fechadas. A comissão criticou o premiê por ter apresentado um relatório sobre o Iraque em fevereiro sem checar seu conteúdo com os serviços secretos.
Blair nega as acusações de que os relatórios tenham sido adulterados para parecerem "mais sexies" e convencerem a opinião pública sobre a necessidade da guerra contra o Iraque.
Reino Unido e EUA apoiaram sua argumentação pró-guerra na suspeita de que o Iraque manteria um programa de armas de destruição em massa -algo que não se pôde provar ainda, passadas 12 semanas da invasão.
Blair teve ontem em Paris um encontro informal (um jantar) com o presidente da França, Jacques Chirac, um dos maiores opositores da guerra, no primeiro encontro bilateral após o conflito.
"Fossem quais fossem as divergências sobre o Iraque, não tenho dúvida da importância, para nosso futuro e o da Europa, de a França e o Reino Unido trabalharem juntos", disse Blair após o jantar.
Os dois também conversaram sobre os obstáculos à paz no Oriente Médio e sobre a reticência britânica em adotar o euro.


Com agências internacionais


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