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IRAQUE OCUPADO
Prisões são anunciadas junto com décima baixa americana em 16 dias; partidários de Saddam são suspeitos
Após ataques, EUA detêm 397 iraquianos
DA REDAÇÃO
Os recorrentes ataques iraquianos contra soldados dos EUA nas
últimas três semanas culminaram
com uma caçada a simpatizantes
do ex-ditador Saddam Hussein
que, entre terça-feira e ontem, resultou na prisão de 397 pessoas.
Mais um soldado americano foi
morto ontem em um ataque com
granadas contra um posto de coleta de armas. Foi a décima baixa
americana em 16 dias. Do lado
iraquiano, as baixas nos ataques,
embora não contabilizadas, são
estimadas em dezenas.
A operação de busca, na cidade
de Balad (60 km ao norte de Bagdá), envolveu "equipes de ataque
aéreo, terrestre e patrulhas de barcos", informou o Centcom (Comando Central americano). Além
das detenções, foram apreendidas
armas e munição.
O secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, havia dito
anteontem que os ataques viriam
de simpatizantes do ex-ditador
Saddam Hussein e não seriam
uma campanha organizada.
Segundo o líder iraquiano Ahmed Chalabi, Saddam -desaparecido desde 9 de abril- teria sido visto algumas vezes entre as cidades de Diyala, Dulaimi e Tikrit
(sua cidade natal), a noroeste de
Bagdá. O Centcom nega.
Chalabi também afirmou que
Saddam teria oferecido recompensas aos iraquianos por cada
soldado americano morto.
O Pentágono abriu um inquérito ontem para investigar a morte
de um iraquiano mantido como
prisioneiro de guerra, cujo corpo
foi achado na sexta-feira em um
campo da coalizão anglo-americana perto de Nassiriah. O iraquiano, capturado em 3 de maio,
não estava na lista dos 55 iraquianos mais procurados divulgada
pelos EUA.
Blair
O premiê britânico, Tony Blair,
cuja administração se tornou alvo
de duas comissões parlamentares
de inquérito sob suspeita de ter
adulterado relatórios dos serviços
secretos sobre o Iraque, declarou
ontem que não comparecerá à audiência da investigação aberta pela comissão de assuntos externos
do Parlamento.
Citando precedentes, Blair afirmou que o chanceler Jack Straw
representará o gabinete.
Mas o premiê se comprometeu
a colaborar com a CPI aberta pela
comissão conjunta de inteligência, cujas audiências são fechadas.
A comissão criticou o premiê por
ter apresentado um relatório sobre o Iraque em fevereiro sem
checar seu conteúdo com os serviços secretos.
Blair nega as acusações de que
os relatórios tenham sido adulterados para parecerem "mais sexies" e convencerem a opinião
pública sobre a necessidade da
guerra contra o Iraque.
Reino Unido e EUA apoiaram
sua argumentação pró-guerra na
suspeita de que o Iraque manteria
um programa de armas de destruição em massa -algo que não
se pôde provar ainda, passadas 12
semanas da invasão.
Blair teve ontem em Paris um
encontro informal (um jantar)
com o presidente da França, Jacques Chirac, um dos maiores
opositores da guerra, no primeiro
encontro bilateral após o conflito.
"Fossem quais fossem as divergências sobre o Iraque, não tenho
dúvida da importância, para nosso futuro e o da Europa, de a França e o Reino Unido trabalharem
juntos", disse Blair após o jantar.
Os dois também conversaram
sobre os obstáculos à paz no
Oriente Médio e sobre a reticência
britânica em adotar o euro.
Com agências internacionais
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