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Americanos atenuam tema das armas
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
A maioria da população norte-americana continua aprovando a
guerra no Iraque mesmo sem os
EUA terem encontrado armas de
destruição em massa no país.
No Congresso, o fato de a principal justificativa para os ataques
não ter se materializado não incomoda nem algumas das principais lideranças da oposição.
O Partido Democrata tentou
formar nesta semana uma comissão especial para investigar se a
administração George W. Bush
"inflou" os informes dos serviços
de inteligência dos EUA para atacar Saddam Hussein.
Ontem, com a ajuda de senadores democratas e até de um dos
principais presidenciáveis do partido na eleição de 2004, os republicanos conseguiram praticamente enterrar o assunto.
"Há uma longa, consistente e
clara evidência de que Saddam
Hussein tinha armas de destruição em massa, e ainda estou convencido de que nós iremos encontrá-las", afirmou o presidenciável
democrata Richard Gephardt,
normalmente um feroz crítico do
governo Bush.
A única ação do Congresso dos
EUA em relação ao tema será um
exame genérico dos documentos
apresentados pelos serviços de inteligência a respeito do programa
de armas do Iraque.
Eventualmente, alguns agentes
da CIA (o serviço secreto americano) também poderão ser chamados para depor.
Ao contrário do que ocorre no
Reino Unido, vencida a guerra, os
norte-americanos vêm se mostrando indiferentes ao tema.
Pesquisa do instituto Gallup indica que 56% dos americanos
consideram que a guerra está justificada mesmo que não sejam encontradas armas químicas ou biológicas no Iraque.
Outro levantamento, da rede
Fox News, mostrou que 69% dos
americanos continuarão apoiando a guerra mesmo que "nenhum
sinal" das armas seja encontrado.
"Tony Bliar"
No Reino Unido, o premiê Tony
Blair vem sendo pressionado por
mais de 50 parlamentares do seu
próprio partido, o Trabalhista,
para apresentar provas de que o
Iraque tinha as armas usadas como justificativa para a guerra.
Nesta semana, uma das principais revistas britânicas, a "Economist", publicou editorial com o título "Tony Bliar?" fazendo um
trocadilho com a palavra "liar"
(mentiroso, em inglês).
Diferentemente dos EUA, onde
os norte-americanos gostariam
que Saddam Hussein já tivesse sido deposto na primeira Guerra do
Golfo, em 1991, Blair teve um pouco mais de dificuldades para convencer os ingleses da necessidade
da guerra -e as armas foram seu
principal argumento.
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