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Suicídios renovam críticas a Guantánamo
Aliados dos EUA pedem o fechamento do campo de prisioneiros após três detentos haverem se matado
DA REDAÇÃO
Os suicídios de três árabes
detidos na base norte-americana de Guantánamo, situada em
Cuba, renovaram os pedidos de
vários países para que os EUA
fechem esse campo de prisioneiros.
Advogados de defesa responsabilizaram o governo de George W. Bush pelas mortes e disseram que elas vão incendiar o
mundo islâmico.
Dois sauditas e um iemenita
se enforcaram com roupas e
lençóis em suas celas no sábado. Foram os primeiros detentos a se matarem em Guantánamo desde 2002, quando os
EUA começaram a enviar para
lá membros do Taleban e suspeitos de envolvimento com a
Al Qaeda.
O Ministério do Interior da
Arábia Saudita identificou os
dois sauditas mortos como Manei al Otabi e Yasser al Zahrani.
O governo saudita disse que vai
intensificar seus esforços para
repatriar os mais de cem sauditas detidos em Guantánamo.
"Cada saudita deve ser trazido para casa para que possa enfrentar as acusações que lhe são
feitas segundo nossas leis", disse um porta-voz do ministério.
Ataques mortais
Guantánamo mantém 460
não-norte-americanos capturados por forças dos EUA durante a guerra para depor o Taleban no Afeganistão, na esteira dos ataques de 11 de Setembro. A administração os qualifica como homens perigosos que
lançariam ataques mortais
contra os EUA e seus aliados se
fossem libertados, mas só apresentou acusações formais contra dez deles.
Na sexta-feira, Bush havia dito que gostaria de esvaziar
Guantánamo e que estava trabalhando para repatriar boa
parte dos detidos.
Os três suicidas não foram os
primeiros a tentar se matar.
Antes do sábado, Guantánamo
já registrara 41 tentativas de
suicídio de 23 prisioneiros. Segundo advogados de defesa, esses números mostram o desespero provocado pelo regime de
isolamento a que estão submetidos.
Reino Unido, Alemanha e outros importantes aliados dos
EUA já pediram a Washington
para fechar o campo. "Se [o
campo] é perfeitamente legal e
não há nada de errado acontecendo ali, por que ele não está
na América?", perguntou a ministra de Assuntos Constitucionais do Reino Unido, Harriet Harman.
Com agências internacionais
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