São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

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Suicídios renovam críticas a Guantánamo

Aliados dos EUA pedem o fechamento do campo de prisioneiros após três detentos haverem se matado

DA REDAÇÃO

Os suicídios de três árabes detidos na base norte-americana de Guantánamo, situada em Cuba, renovaram os pedidos de vários países para que os EUA fechem esse campo de prisioneiros.
Advogados de defesa responsabilizaram o governo de George W. Bush pelas mortes e disseram que elas vão incendiar o mundo islâmico.
Dois sauditas e um iemenita se enforcaram com roupas e lençóis em suas celas no sábado. Foram os primeiros detentos a se matarem em Guantánamo desde 2002, quando os EUA começaram a enviar para lá membros do Taleban e suspeitos de envolvimento com a Al Qaeda.
O Ministério do Interior da Arábia Saudita identificou os dois sauditas mortos como Manei al Otabi e Yasser al Zahrani. O governo saudita disse que vai intensificar seus esforços para repatriar os mais de cem sauditas detidos em Guantánamo.
"Cada saudita deve ser trazido para casa para que possa enfrentar as acusações que lhe são feitas segundo nossas leis", disse um porta-voz do ministério.

Ataques mortais
Guantánamo mantém 460 não-norte-americanos capturados por forças dos EUA durante a guerra para depor o Taleban no Afeganistão, na esteira dos ataques de 11 de Setembro. A administração os qualifica como homens perigosos que lançariam ataques mortais contra os EUA e seus aliados se fossem libertados, mas só apresentou acusações formais contra dez deles.
Na sexta-feira, Bush havia dito que gostaria de esvaziar Guantánamo e que estava trabalhando para repatriar boa parte dos detidos.
Os três suicidas não foram os primeiros a tentar se matar. Antes do sábado, Guantánamo já registrara 41 tentativas de suicídio de 23 prisioneiros. Segundo advogados de defesa, esses números mostram o desespero provocado pelo regime de isolamento a que estão submetidos.
Reino Unido, Alemanha e outros importantes aliados dos EUA já pediram a Washington para fechar o campo. "Se [o campo] é perfeitamente legal e não há nada de errado acontecendo ali, por que ele não está na América?", perguntou a ministra de Assuntos Constitucionais do Reino Unido, Harriet Harman.


Com agências internacionais


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