São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

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Militantes do Hamas são mortos por Israel em ataque

Kevin Frayer/Associated Press
Parentes de militante do Hamas morto por ataque do Exército israelense ontem acompanham o seu funeral, na faixa de Gaza


Grupo é contra referendo que propõe o reconhecimento do Estado israelense

O conflito recrudesceu após uma família palestina ser assassinada em Gaza, na sexta; primeiro-ministro disse estar arrependido


DA REDAÇÃO

Um helicóptero israelense matou dois militantes palestinos do grupo terrorista Hamas deixando outros três feridos. O incidente ocorreu ontem, em Gaza, depois que membros do grupo islâmico feriram gravemente dois civis israelenses.
O Exército de Israel confirmou o ataque, afirmando que o helicóptero lançou um míssil logo depois de um homem ter efetuado disparos no norte de Gaza. Foram os primeiros membros do Hamas mortos por Israel desde novembro. Em outro ataque realizado ontem, um helicóptero disparou contra um carro que levava militantes do Hamas, que conseguiram escapar.
O ministro da Defesa israelense, Amir Peretz, insinuou ontem que Israel poderá começar a mirar integrantes do Hamas caso continue sendo alvo de ataques. "Nenhuma organização ou status servirá de barreira para quem estiver envolvido no planejamento ou na execução de ataques", afirmou. Também ontem um palestino foi morto em uma estrada que liga Jerusalém à Cisjordânia por atiradores palestinos, que teriam confundido seu carro com o de um israelense.

Assassinato
Os incidentes marcam o fim de um cessar-fogo que já durava 16 meses e que foi cancelado após o assassinato, por fogo israelense, de uma família palestina em uma praia em Gaza, na sexta-feira. Ontem, primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse estar arrependido pelo ocorrido.
Em entrevista à rede CNN, ele disse que não faz parte da política de Israel atacar inocentes, e que o incidente deve ser visto dentro do contexto do conflito entre israelenses e palestinos. No sábado, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, classificou o ataque como um massacre desprezível.
Eleito em 2005, Abbas tem como uma de suas principais metas avançar nas negociações de paz com Israel. Ele convocou um referendo para 26 de julho para aprovar a fundação de um Estado palestino que implica reconhecer o Estado de Israel -coisa a que o Hamas, vencedor das eleições legislativas de janeiro, quando obteve maioria no Parlamento, se opõe veementemente.
"Vamos propor que o Parlamento vote contra o referendo, porque ele é ilegal", afirmou ontem o representante legislativo do Hamas Yasser Mansour. Abbas, por outro lado, diz que, pelas leis básicas da Autoridade Nacional Palestina, que funcionam como uma Constituição local, ele tem o poder de convocar o referendo.
O Hamas detém a maioria do Parlamento desde março, quando assumiu o poder após derrotar nas urnas o partido de Abbas, Fatah, que é o segundo maior grupo do legislativo.


Com agências internacionais


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