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Confrontos entre Fatah e Hamas fazem vítimas dentro de hospital
Violência entre palestinos deixou ontem 13 mortos e assusta população civil
DA REDAÇÃO
O conflito entre militantes
palestinos do grupo radical islâmico Hamas e do laico Fatah
fez ontem 13 mortos e frustrou
mais uma tentativa de cessar-fogo, que havia sido anunciada
pelo Egito horas antes do início
dos enfrentamentos.
Envolvidos em confrontos
que recrudesceram no mês
passado, o Fatah, do presidente
Mahmoud Abbas, e o Hamas,
do premiê Ismail Haniyeh, tentam colocar em prática um governo de coalizão formado, na
teoria, há dois meses.
Os últimos combates -que
desde maio já deixaram mais de
70 mortos- foram motivados
em grande parte por uma desavença quanto a qual grupo controlará as forças de segurança
palestinas. À parte essa questão
prática, há divergências políticas: o Hamas, que se nega a reconhecer o Estado de Israel,
acusa o Fatah de se aliar aos israelenses; e o Fatah afirma que
o Hamas impede uma solução
política para a criação de um futuro Estado palestino.
Foram palco dos confrontos
de ontem dois hospitais na faixa de Gaza. No mais sangrento
deles, três palestinos ligados ao
Fatah -um homem e dois de
seus filhos- foram mortos nas
dependências do hospital da cidade de Beit Hanoun.
Num outro episódio de violência, o gabinete do premiê
Haniyeh foi alvejado, mas ninguém se feriu.
A nova onda de choques foi
detonada pelos acontecimentos de domingo, quando seis
pessoas morreram -entre elas
um membro da guarda de elite
de Abbas, seqüestrado e jogado
do 15º andar de um edifício por
militantes do Hamas.
"Véu de medo"
Os confrontos entre os palestinos têm criado um clima de
terror entre a população de Gaza e da Cisjordânia que muitos
dizem nunca terem vivido.
"Há um véu de medo sobre a
cidade", diz o ativista de direitos humanos Raji Sourani sobre Gaza.
Exemplificam essa atmosfera casos como o do médico Fayez al Barrawi, de 29 anos. Hospitalizado, Barrawi, simpatizante do Hamas, conta que assistia à cerimônia de formatura
de uma turma da Guarda Presidencial de Abbas, da qual participava um de seus irmãos. Como estava gravando a cerimônia, foi pego por militantes do
Fatah que o acusaram de espionagem. Vendado, algemado e
levado do local, Barrawi foi interrogado por seus captores,
que por fim deram seis tiros em
suas pernas e um outro em seu
joelho e o jogaram no mato.
"Isso é uma vergonha para o
nosso povo", disse Mahmoud
Abbas ontem na Cisjordânia.
"Eu convoco todos a pararem
com isso agora", completou o
presidente palestino.
Com agências internacionais
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