São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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CONDUTA
Clinton ordenou pesquisa para verificar se há preconceito
EUA analisam se polícia pára ou detém "suspeitos" por racismo

RENATO FRANZINI
de Nova York

O presidente Bill Clinton iniciou nesta semana uma ofensiva para tentar acabar com critérios racistas usados por policiais dos EUA, amparado por evidências cada vez maiores de que isso acontece.
Na última quarta-feira, Clinton ordenou que o governo inicie uma pesquisa para determinar a raça e o sexo das pessoas que são paradas ou presas por policiais.
O objetivo é definir se os policiais têm a tendência a acreditar que uma pessoa é suspeita de ter cometido alguma ilegalidade simplesmente por sua raça.
"Isso é errado, é destrutivo e deve parar", disse Clinton, que deu um prazo de 60 dias para o início do estudo de 120 dias de duração.
Apesar de ele medir apenas a conduta de agentes federais (nas alfândegas e em parques nacionais), Clinton disse esperar que isso incentive os Estados a passar a coletar dados. A Carolina do Norte já começou, e outros 11 Estados estão analisando leis a respeito.
O anúncio foi feito um dia depois da condenação de um policial de Nova York acusado de torturar um imigrante negro.
A União Americana pelas Liberdades Civis divulgou um estudo que mostra que negros e hispânicos têm mais chances de ser parados por policiais nas estradas do que brancos. Um dos estudos (de 20 meses, numa estrada de Maryland) mostrou que, apesar de só 17% dos motoristas serem negros, 70% dos carros vistoriados eram dirigidos por negros.
No dia 3 de junho, uma pesquisa em 12 cidades do Departamento de Justiça revelou que 24% dos negros não estão satisfeitos com a polícia -contra 10% de brancos.


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