São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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VISITA À POLÔNIA
João Paulo 2º faz discurso histórico no Parlamento

das agências internacionais

João Paulo 2º pronunciou ontem na Polônia o primeiro discurso de um papa em um Parlamento na história. Ao final, foi ovacionado tanto pelos deputados do Solidariedade, partido com origem no sindicato de mesmo nome que ajudou a derrubar o regime comunista, quanto pelos deputados do ex-Partido Comunista.
O papa pediu "iniciativas urgentes" para que a Europa não seja ameaçada por "novas divisões" e pela perda dos valores espirituais. Ele lembrou o papel do Solidariedade na derrocada do comunismo e destacou que isso "pavimentou o caminho da unidade européia".
Entre outros, estavam presentes no Parlamento o general Wojciech Jaruzelski, que decretou a lei marcial no país em 1981 para suprimir o movimento anticomunista do Solidariedade, e Lech Walesa, fundador do sindicato, que foi preso à época. Ambos compareceram como ex-presidentes.
O antigo líder do Solidariedade se recusou a apertar a mão do presidente Aleksander Kwasniewski, a quem ele já acusou de "não ter estofo moral". Kwasniewski, que foi líder comunista no país, é tratado com simpatia pelo papa.
O rabino Menachem Joskowicz, sobrevivente do campo de extermínio nazista de Auschwitz, na Polônia, pediu ao papa que "clamasse a seu povo pela retirada da última cruz do campo, para que os judeus que fossem ao local pudessem fazer suas preces antes de morrer".
Centenas de cruzes colocadas do lado de fora do campo por um grupo católico extremista foram retiradas pelo governo polonês. Resta uma grande, justamente a que o rabino pede que seja também retirada.


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