São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004

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Blair inflou informações, dizem agentes

DA ASSOCIATED PRESS

Dois ex-membros da inteligência britânica disseram que o premiê Tony Blair superestimou o que o Reino Unido sabia sobre o arsenal iraquiano ao dizer, antes da guerra, que o ex-ditador Saddam Hussein era uma ameaça grave. Brian Jones, chefe do Serviço de Informações para a Defesa (SID) até 2003, disse à TV BBC que sua equipe não sabia se Saddam produziu alguma arma química ou biológica após a Guerra do Golfo (1991).
"Havia uma presunção racional de que poderia haver arsenais proibidos restantes da Guerra do Golfo", disse Jones. "Se havia produção nova, nós não a identificamos. Ninguém na equipe tinha informação suficiente sobre isso."
Jones disse que a equipe expôs suas reservas, mas ouviu que o serviço secreto britânico tinha informações que não davam margem para dúvida. Ele disse nunca ter tido acesso a esses dados.
Para John Morrison, vice-chefe do SID até 1999, Blair pegou um dossiê que afirmava que Saddam "possivelmente tinha os meios" para produzir armas proibidas e concluiu que ele as fabricou, algo que nenhum analista faria.
Na semana passada, Blair admitiu que nenhuma arma de destruição em massa foi achada no Iraque e que poderia nunca o ser, mas rechaçou a hipótese de que o arsenal nunca tenha existido.


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