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China impõe normalidade militarizada em Xinjiang
Vida em palco de conflito étnico de uma semana atrás começa a voltar ao normal
Governo reforça discurso interno de "unidade", mas mantém os ataques contra lideranças no exílio de comunidade muçulmana
DA REDAÇÃO
Uma semana após os conflitos étnicos que, segundo cifras
oficiais do governo chinês, deixaram 184 mortos na Província
de maioria muçulmana de Xinjiang (extremo oeste), a vida na
capital Urumqi começa a voltar
ao normal, ainda que sob a vigilância das tropas deslocadas
por Pequim para a região.
Ontem, os parentes das vítimas do conflito começaram a
promover os primeiros funerais. O comércio funcionou
normalmente.
"Tudo está correndo bem. A
situação agora é estável. Faz vários dias que não temos problemas", disse à agência France
Presse Hamadi, segurança de
um mercado da rua do Povo,
que marca a separação entre os
bairros da etnia muçulmana uigur e os da comunidade han,
principal grupo étnico chinês.
O governo chinês reforçou o
discurso de "unidade étnica"
que vem adotando nos últimos
dias para tentar acalmar os ânimos em Xinjiang. Um editorial
do jornal do Exército disse que
a Força deve ensinar seus soldados a respeitar as minorias
étnicas do país.
O discurso de Pequim contra
o Congresso Mundial Uigur, associação que representa os interesses da comunidade muçulmana no exterior, continua,
no entanto, belicoso. Um texto
da agência Xinhua acusa a líder
do grupo, Rebiya Kadeer, de
"ter um estreito contrato com
organizações terroristas" e de
ter arquitetado os distúrbios
em Urumqi.
Segundo Pequim, 137 dos 184
mortos eram da etnia han. O
Congresso Mundial Uigur
questiona as cifras e diz que até
mil pessoas podem ter morrido
por causa da repressão policial
no domingo e o linchamento
promovido por hans contra uigures nos dias seguintes.
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