São Paulo, domingo, 12 de julho de 2009

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China impõe normalidade militarizada em Xinjiang

Vida em palco de conflito étnico de uma semana atrás começa a voltar ao normal

Governo reforça discurso interno de "unidade", mas mantém os ataques contra lideranças no exílio de comunidade muçulmana

DA REDAÇÃO

Uma semana após os conflitos étnicos que, segundo cifras oficiais do governo chinês, deixaram 184 mortos na Província de maioria muçulmana de Xinjiang (extremo oeste), a vida na capital Urumqi começa a voltar ao normal, ainda que sob a vigilância das tropas deslocadas por Pequim para a região.
Ontem, os parentes das vítimas do conflito começaram a promover os primeiros funerais. O comércio funcionou normalmente.
"Tudo está correndo bem. A situação agora é estável. Faz vários dias que não temos problemas", disse à agência France Presse Hamadi, segurança de um mercado da rua do Povo, que marca a separação entre os bairros da etnia muçulmana uigur e os da comunidade han, principal grupo étnico chinês.
O governo chinês reforçou o discurso de "unidade étnica" que vem adotando nos últimos dias para tentar acalmar os ânimos em Xinjiang. Um editorial do jornal do Exército disse que a Força deve ensinar seus soldados a respeitar as minorias étnicas do país.
O discurso de Pequim contra o Congresso Mundial Uigur, associação que representa os interesses da comunidade muçulmana no exterior, continua, no entanto, belicoso. Um texto da agência Xinhua acusa a líder do grupo, Rebiya Kadeer, de "ter um estreito contrato com organizações terroristas" e de ter arquitetado os distúrbios em Urumqi.
Segundo Pequim, 137 dos 184 mortos eram da etnia han. O Congresso Mundial Uigur questiona as cifras e diz que até mil pessoas podem ter morrido por causa da repressão policial no domingo e o linchamento promovido por hans contra uigures nos dias seguintes.


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