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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO
Israel avança com "força total"; ataques matam 34
Meta é adentrar território libanês ao máximo e enfraquecer Hizbollah até cessar-fogo
Analistas militares crêem que ação durará mais dois meses; Itamaraty deve suspender operação de retirada de brasileiros
Denis Sinyakov/France Presse
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Soldado de Israel faz sinal positivo ao avançar para o Líbano |
MICHEL GAWENDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE KIRIYAT SHMONE (ISRAEL)
O governo israelense voltou a
autorizar ontem o Exército a
aumentar as tropas e tanques
no sul do Líbano, apesar dos
acordos diplomáticos na direção de um cessar-fogo. Na noite
de ontem, oficiais israelenses
disseram que o Exército "continua a avançar com força total"
numa ofensiva planejada para
durar mais dois meses.
Os ataques israelenses contra alvos do grupo terrorista
Hizbollah no Líbano, que hoje
completam um mês, mataram
ontem mais 34 pessoas, segundo números oficiais. Quinze delas foram vítimas de um bombardeio contra um comboio
que fugia da cidade de Marjayoun, capturada pelos israelenses anteontem. O Exército impôs toque de recolher na região
e prometeu atacar todos os veículos nas ruas e estradas, por
suspeitar de uso para transporte de armas para o Hizbollah.
Os subúrbios xiitas de Beirute, dominados pelo Hizbollah,
também foram bombardeados.
Caças israelenses atacaram
ainda um ponte perto da fronteira com a Síria, matando 12
pessoas e ferindo 18. Outros
bombardeios mataram duas
pessoas no vale do Bekaa (nordeste) e cinco em aldeias no sul.
Nos combates ao longo da
fronteira, morreram um soldado israelense e pelo menos 20
guerrilheiros, segundo o Exército. O Hizbollah disparou pelo
menos 120 foguetes Katyusha e
mísseis de fabricação síria
Khaibar, de longo alcance, contra o norte de Israel.
Pelo menos quinze deles
atingiram Haifa, deixando dois
feridos. Em Kiriyat Shmone, a
3 km da fronteira, um Katyusha
atingiu um prédio de 11 andares
e duas casas. Três pessoas foram feridas.
Também foram disparados
foguetes contra as cidades de
Tzfat, Afula, Nazaré, Acre, Naharia e Shlomi, além da região
norte das colinas do Golã.
Plano militar
A ação militar visa reduzir os
disparos do Hizbollah, da média atual de 160 por dia para entre 30 e 50 foguetes e conseguir
o maior avanço possível no terreno antes do início efetivo do
cessar-fogo, além de garantir a
presença de uma força militar
efetiva antes do envio de tropas
internacionais ou libanesas.
O plano consiste em avançar
com tropas até a região do rio
Litani, de onde os militares
afirmam que parte a maioria
dos disparos, e depois combater os cerca de 3.000 guerrilheiros nas aldeias. Para isso,
seriam necessários pelo menos
mais dois meses de guerra, segundo analistas militares.
O governo israelense teme,
porém, que a operação tenha
um alto custo em baixas, o que
provocaria enorme pressão interna - pois avalia que o Hizbollah esteja preparado para os
confrontos naquela região.
Israel tinha até ontem cerca
de 7.000 soldados no sul do Líbano, atuando em uma "zona
de segurança" de 4 km a 6 km
ao longo da fronteira. Cerca de
40 mil reservistas estavam
prontos, com fileiras de blindados, para expandir a ofensiva.
O gabinete de segurança de
Ehud Olmert aprovou o plano
na quarta-feira, e algumas colunas de blindados assumiram
ontem posições estratégicas no
sul libanês. Mas a operação
maior foi congelada enquanto a
comunidade internacional debatia os termos de um possível
cessar-fogo. Israel vem afirmando que manterá as operações militares em paralelo às
iniciativas diplomáticas.
Brasil
O governo deverá suspender
o resgate de brasileiros no Líbano na próxima semana pois,
segundo o Itamaraty, a demanda caiu. Diplomatas envolvidos
na operação calculam que dois
vôos sejam suficientes para trazer de volta os interessados.
Na semana que vem a Varig
vai enviar a Adana, na Turquia,
um MD11, cuja capacidade ainda será configurada, e a FAB
(Força Aérea Brasileira) enviará um avião de 150 lugares.
Até agora 12 vôos da FAB,
dois da TAM e da Gol e um da
BRA trouxeram 2.305 pessoas
de volta. Segundo o Itamaraty,
ainda há 310 brasileiros esperando para deixar Adana.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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