São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2001

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Putin pede que Bush retalie ação

Reuters
Em gestão de solidariedade, russo coloca vela diante da Embaixada dos EUA em Moscou


LILIAN CHRISTOFOLETTI
DE MADRI

O presidente russo, Vladimir Putin, reagiu aos atentados nos EUA com a afirmação de que eles não poderiam ficar sem resposta e pediu união mundial contra o terror. Outros líderes e a ONU expressaram estarrecimento.
Em telegrama para o presidente George W. Bush, Putin se disse colérico. "Atos terroristas bárbaros contra pessoas inocentes nos causam ira e indignação. Peço-lhe que transmita meus mais profundos sentimentos aos familiares das vítimas da tragédia e a todo o povo americano. Entendemos seu sofrimento e sua dor, pois a Rússia também tem sofrido com o terrorismo", disse o presidente da Rússia. "Não há dúvidas de que um ato tão desumano não deve passar impune. A comunidade internacional inteira deve se unir na luta contra o terrorismo."
"Estamos traumatizados por essa terrível tragédia", declarou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. "Não há dúvidas de que esses ataques são atos deliberados de terrorismo, cuidadosamente planejados e coordenados. O terrorismo deve ser combatido com afinco em todas as suas formas."
O Conselho de Segurança da ONU também expressou consternação. "Os membros do Conselho de Segurança convocam todos os Estados a trabalhar juntos urgentemente para levar à Justiça os autores, os organizadores e os patrocinadores das afrontas de hoje", afirmou em nota oficial.
Incerteza e consternação marcaram a reação de outros dirigentes europeus. Os ataques, principalmente o que atingiu o Pentágono, foram tomados como uma séria ameaça à paz mundial.
Em solidariedade ao colega americano, os presidentes da Espanha, da França e da Itália alteraram suas agendas e convocaram reuniões de emergência para avaliar a situação e traçar medidas imediatas contra novos ataques.
Os três países anunciaram iniciativas emergenciais para proteger interesses norte-americanos em seus países, promover uma maior integração entre os serviços de inteligência e respaldar politicamente os EUA.
A Espanha reforçou a segurança em pontos considerados vulneráveis, como a sede diplomática dos EUA, aeroportos e prédios públicos. As bases aéreas da Otan (aliança militar ocidental) no país (Cádiz e Sevilha) foram colocadas em alerta geral e estão prontas para um ataque, assim como as bases aéreas da Otan em Aviano e Livorno, na Itália.
O presidente francês, Jacques Chirac, que também cancelou uma viagem, condenou firmemente o atentado e afirmou que "o povo francês inteiro está ao lado do povo norte-americano".
O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, disse que os europeus estão com os EUA para resistir ao terrorismo. "Fiquei horrorizado diante desses atentados contra a humanidade. Os europeus estão juntos com os EUA e com todos aqueles que amam a paz. Condenamos e resistimos ao terrorismo nos termos mais fortes possíveis", afirmou.
O representante da Política Exterior da União Européia, Javier Solana, também manifestou sua condenação aos "atos de barbárie". Segundo ele, os líderes da União Européia estão em contato permanente para acompanhar os trágicos atentados em Nova York e Washington e para apoiar o presidente dos EUA.

Com agências internacionais e Redação

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