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GUERRA NA AMÉRICA
Berlim vê ato de
"guerra contra o
mundo civilizado"
SILVIA BITTENCOURT
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM BERLIM
O chanceler (premiê) da
Alemanha, o social-democrata Gerhard Schröder,
condenou os atentados nos
Estados Unidos como uma
"declaração de guerra contra
o mundo civilizado".
"Ficaremos totalmente do
lado dos nossos amigos",
disse. O premiê acrescentou
que a Alemanha dará todo o
apoio necessário para o esclarecimento dos atentados.
O governo alemão instalou, já no final da tarde de
ontem, dois gabinetes de
emergência -um na sede
do governo e outro no Ministério das Relações Exteriores-, assim como um
conselho de segurança.
Também fechou o acesso a
todas as instituições americanas e israelenses no país.
Além disso, foi intensificada a segurança do espaço aéreo, dos aeroportos e de órgãos públicos alemães. Todos os vôos para os EUA e Israel foram cancelados.
O chanceler social-democrata informou ter conversado, por telefone, com o presidente dos EUA, George W.
Bush, e com outros líderes
europeus, como o presidente da França, Jacques Chirac,
e o da Rússia, Vladimir Putin. "Queremos, juntos, manifestar a solidariedade dos
Estados civilizados."
O premiê alemão também
se reuniu com os líderes de
todos os partidos representados no Parlamento Federal, para discutir as consequências dos atentados.
Governo e oposição concordaram em cancelar os debates previstos para esta semana no Parlamento, como
o do Orçamento, que aconteceria hoje. No seu lugar,
haverá mais um pronunciamento de Schröder.
O Ministério das Relações
Exteriores instalou um telefone de emergência para parentes e amigos de possíveis
vítimas alemãs.
Pelo menos três empresas
alemãs tinham escritórios
no World Trade Center.
Uma delas era uma filial do
Deutsche Bank, que ocupava os primeiros andares de
uma das torres daquele centro comercial.
De acordo com uma testemunha, os funcionários do
banco conseguiram deixar o
prédio a tempo, antes que
desabasse.
Além do Deutsche Bank,
vários bancos e empresas
alemães têm escritórios nos
arredores do edifício.
Nas ruas, os alemães ficaram atônitos diante das lojas
que traziam aparelhos de televisão em suas vitrines ou
dos telões instalados nas estações de trem, assistindo às
cenas vindas dos Estados
Unidos. A reação mais comum era de estarrecimento.
Em Berlim, várias pessoas
deixaram flores em frente
aos prédios da Embaixada
dos EUA, no centro e no sul
da cidade. Assim como todos os órgãos públicos, o
Reichstag, sede do Parlamento, colocou a bandeira
da Alemanha a meio pau.
Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online
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