São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2001

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GUERRA NA AMÉRICA

Berlim vê ato de "guerra contra o mundo civilizado"

SILVIA BITTENCOURT
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM BERLIM

O chanceler (premiê) da Alemanha, o social-democrata Gerhard Schröder, condenou os atentados nos Estados Unidos como uma "declaração de guerra contra o mundo civilizado".
"Ficaremos totalmente do lado dos nossos amigos", disse. O premiê acrescentou que a Alemanha dará todo o apoio necessário para o esclarecimento dos atentados.
O governo alemão instalou, já no final da tarde de ontem, dois gabinetes de emergência -um na sede do governo e outro no Ministério das Relações Exteriores-, assim como um conselho de segurança. Também fechou o acesso a todas as instituições americanas e israelenses no país.
Além disso, foi intensificada a segurança do espaço aéreo, dos aeroportos e de órgãos públicos alemães. Todos os vôos para os EUA e Israel foram cancelados.
O chanceler social-democrata informou ter conversado, por telefone, com o presidente dos EUA, George W. Bush, e com outros líderes europeus, como o presidente da França, Jacques Chirac, e o da Rússia, Vladimir Putin. "Queremos, juntos, manifestar a solidariedade dos Estados civilizados."
O premiê alemão também se reuniu com os líderes de todos os partidos representados no Parlamento Federal, para discutir as consequências dos atentados.
Governo e oposição concordaram em cancelar os debates previstos para esta semana no Parlamento, como o do Orçamento, que aconteceria hoje. No seu lugar, haverá mais um pronunciamento de Schröder.
O Ministério das Relações Exteriores instalou um telefone de emergência para parentes e amigos de possíveis vítimas alemãs.
Pelo menos três empresas alemãs tinham escritórios no World Trade Center. Uma delas era uma filial do Deutsche Bank, que ocupava os primeiros andares de uma das torres daquele centro comercial.
De acordo com uma testemunha, os funcionários do banco conseguiram deixar o prédio a tempo, antes que desabasse.
Além do Deutsche Bank, vários bancos e empresas alemães têm escritórios nos arredores do edifício.
Nas ruas, os alemães ficaram atônitos diante das lojas que traziam aparelhos de televisão em suas vitrines ou dos telões instalados nas estações de trem, assistindo às cenas vindas dos Estados Unidos. A reação mais comum era de estarrecimento.
Em Berlim, várias pessoas deixaram flores em frente aos prédios da Embaixada dos EUA, no centro e no sul da cidade. Assim como todos os órgãos públicos, o Reichstag, sede do Parlamento, colocou a bandeira da Alemanha a meio pau.

Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online


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