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Americano diz que
ação foi humilhante
ESTELA CAPARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O clima era de caos nas ruas de
Washington durante a manhã de
ontem. Explosão, congestionamentos e muita correria agravaram o medo que tomou conta da
capital americana.
"Foi terrível. A sensação era de
vulnerabilidade. Era humilhante
ver o ataque ao país com os aviões
das próprias companhias americanas", disse Carl Watson, funcionário de um centro de estudos
em Washington.
Watson conseguiu escapar da
confusão que tomou conta das
ruas da capital americana porque
foi avisado, por telefone, dos atentados em Nova York. Voltou para
casa para se proteger. De fato,
uma hora depois dos ataques ao
World Trade Center, foi a vez de o
Pentágono ser alvo dos terroristas. "Estava me dirigindo ao trabalho quando fui avisado do atentado. Voltei para casa e fiquei chocado ao saber que Washington
também foi atacada", diz.
No centro da capital americana,
uma enorme camada de fumaça
negra pairava perto da Casa Branca. Dezenas de caminhões de
bombeiros corriam pelas ruas.
Ali, agentes do serviço secreto
americano corriam por todas as
direções. Policias a moto e a pé
empurraram os turistas e demais
curiosos que vieram ali em mais
um dia de visitas. Uma longa faixa
amarela delimitava o espaço onde
a passagem era proibida.
No céu, helicópteros sobrevoavam o local incessantemente. "É
uma loucura. Todo mundo está
correndo por todas as partes. O
melhor é sair daqui", disse Dave
Loeb ao fechar as portas de seu
restaurante.
Nas ruas próximas, gritaria e
corre-corre. Centenas de pessoas
abandonam rapidamente seus escritórios. Em poucos minutos,
prédios inteiros foram evacuados,
incluindo os edifícios do FMI
(Fundo Monetário Internacional)
e do Banco Mundial e do FBI.
Celular
Nas ruas, as pessoas tentavam
falar pelos telefones celulares.
Mas, com o colapso das linhas telefônicas, as ligações dificilmente
eram completadas. A saída eram
os telefones públicos. "Não posso
ligar para meus pais. Preciso dizer
a eles que estou bem", disse uma
estudante da George Washington
University.
Com o fechamento de diversas
vias próximas a bases militares e a
fuga dos americanos para suas casas, quilômetros de congestionamentos eram registrados.
Não muito longe dali, dezenas
de pessoas podiam ser vistas no
Farragut Square, um lugar normalmente ocupado por dezenas
de mendigos e desempregados.
"É assustador. Nós sempre falávamos sobre isso como algo impossível. E agora está ali, perto da Casa Branca", disse Anthony Riker,
23, executivo que trabalha no prédio New Executive Office.
Por todos os lugares corriam rumores de possíveis novos ataques.
As pessoas falavam de explosões
no Congresso e em outros locais
da capital. "Mal dia para visitar
Washington", disse um turista.
Com agências internacionais
Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online
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