São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2007

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Ato e Bin Laden marcam 6º aniversário do 11 de Setembro

DENYSE GODOY
DE NOVA YORK

Lados opostos marcaram ontem o sexto aniversário dos ataques terroristas do 11 de Setembro, que atingiram as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, o Pentágono e um campo na Pensilvânia.
No sul de Manhattan, perto do local da tragédia (hoje um canteiro de obras), familiares, policiais, bombeiros e turistas homenagearam as vítimas. E Osama bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda, reapareceu em um vídeo enaltecendo as qualidades de um dos radicais islâmicos que seqüestraram os quatro aviões usados em 2001.
Diferentemente do vídeo divulgado na semana passada, quando dirigiu uma mensagem aos americanos, desta vez o terrorista saudita falou a seus simpatizantes. Com uma foto sua ao fundo, o vídeo traz uma mensagem de áudio de 14 minutos: "Esse jovem tinha ainda poucos anos, mas a fé no seu coração era grande", diz a voz que o governo dos EUA afirma ser de Bin Laden. "Há uma enorme diferença entre o caminho dos reis, presidentes e ulemás [estudiosos islâmicos] hipócritas e o caminho desses jovens", segue. "Conclamo todos os jovens do islã: é sua tarefa aderir à caravana [de mártires]."
A seguir surge o terrorista elogiado, Waled al Shehri: "Vamos atingir vocês pela frente e pelas costas, pela esquerda e pela direita". Ele foi o sétimo entre os 19 que participaram da ação a falar em uma fita póstuma de propaganda da rede.
Em Nova York, apesar da persistente chuva, centenas de pessoas acompanharam a leitura dos 2.750 nomes das vítimas. Entre eles, o da advogada Felicia Dunn-Jones, que morreu em 2002 por problemas respiratórios decorrentes da poeira inalada enquanto fugia da área do ataque e se tornou a primeira vítima indireta reconhecida oficialmente, há quatro meses.
"Estamos aqui para enfatizar que nunca vamos esquecer desses fatos", disse à Folha David Jones, 39. "Temos que ficar fortes, seguir com a vida, mas jamais deixarei fenecer a memória do meu irmão."
O prefeito Michael Bloomberg e seu antecessor, Rudolph Giuliani, pré-candidato à Presidência republicano, discursaram. Hillary Clinton, senadora pelo Estado de Nova York e pré-candidata democrata, compareceu, mas não falou -familiares de vítimas vinham manifestando medo de que o evento virasse palco político.
Pela primeira vez o presidente George W. Bush ficou em Washington, onde foi a um ato religioso pelos mortos. Na vizinha Arlington, onde um avião foi atirado contra o Pentágono, também houve cerimônia pelas 184 vítimas, assim como em Shanksville, Pensilvânia, local em que a quarta aeronave seqüestrada caiu com 40 pessoas.


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