São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2007

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Israel enfrenta tensão em duas frentes

Ataque de foguetes a partir de Gaza deixa 69 militares feridos; Forças Armadas se concentram na fronteira com a Síria

Militares americanos confirmam que aviões israelenses invadiram o território sírio; Damasco faz denúncia formal à ONU

DA REDAÇÃO

O foguete lançado na madrugada de ontem por palestinos de Gaza contra uma base militar em Israel deixou 69 feridos, segundo o Exército, e criou forte pressão sobre o governo por uma resposta dura. No entanto, Israel deve manter as ofensivas de rotina na área -atacando os locais de lançamento dos foguetes-, devido à concentração de suas Forças Armadas na fronteira com a Síria, área de crescente tensão.
O número de feridos é o mais alto em um único lançamento de foguetes de Gaza, cuja autoria foi reivindicada por dois grupos pequenos, a Jihad Islâmica e os Comitês de Resistência Popular. Mas Israel disse que considera o Hamas responsável, já que o grupo islâmico controla a faixa de Gaza desde junho, quando expulsou do território o Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas.
O premiê israelense, Ehud Olmert, enfrenta pressão por uma resposta aos ataques quase diários de foguetes de Gaza. Mas, após se reunir ontem com as principais autoridades de segurança, ele decidiu que não irá realizar uma grande ofensiva militar no momento, embora possa aumentar os ataques aéreos. Autoridades que falaram à Associated Press sob a condição de anonimato disseram que Israel está hesitante em abrir uma nova frente em um momento de tensões crescentes com a Síria.
Militares israelenses confirmaram ontem que o Exército entrou em alerta na fronteira com a Síria após as acusações de Damasco de que aviões israelenses invadiram o espaço aéreo do país, na semana passada, e foram repelidos pela Força Aérea síria.
Na ocasião, Israel não comentou a acusação de Damasco. Ontem, porém, autoridades militares americanas, falando sob anonimato à agência Associated Press e à rede de TV CNN, confirmaram o incidente. Uma delas disse que houve um ataque aéreo israelense "bem dentro da Síria", que atingiu um alvo. Ele disse não saber qual era o alvo.
Não está claro se a invasão do espaço aéreo sírio veio acompanhada de ataque a alvos em terra. A TV americana CNN disse ontem que a invasão foi um ataque israelense contra armas iranianas transportadas através da Síria para o grupo xiita libanês Hizbollah. A operação teria envolvido aviões e forças terrestres israelenses.

Denúncia síria
Bashar al Jaafari, embaixador da Síria na ONU, afirmou ontem que os aviões israelenses soltaram munições e tanques de combustível para ficarem mais leves ao fugirem dos jatos sírios, mas não disse que houve ataques.
Jaafari fez uma denúncia formal da invasão ao secretário-geral e ao Conselho de Segurança da ONU. Ele se queixa do "ato hostil" israelense e alerta que "a contínua desconsideração desse ato pode resultar em conseqüências cujos limites ninguém conhece".
"Israel está buscando uma escalada militar. Estamos fazendo esforços para não cair nessa armadilha", disse.


Com agências internacionais


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