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Paquistão anuncia prisão de líder-chave do Taleban
Muslim Khan era porta-voz do grupo em região alvo de ofensiva militar do governo
Anúncio da prisão, cuja data não foi informada, coincide com aniversário de ataques aos EUA e sinaliza ao aliado compromisso anti-Taleban
DA REDAÇÃO
O Paquistão anunciou ontem
a prisão do porta-voz do Taleban na região do vale do Swat,
fronteiriça com o Afeganistão.
A detenção é a primeira no alto
escalão do grupo radical islâmico desde o início, há mais de
quatro meses, da ofensiva militar contra o bastião insurgente.
Islamabad não disse quando
a detenção de Muslim Khan foi
feita, mas a anunciou de forma
a coincidir com o aniversário de
oito anos do 11 de Setembro e,
assim, sinalizar o seu comprometimento com a ofensiva dos
EUA realizada contra o país vizinho depois dos atentados.
Khan, 54, considerado a face
pública do Taleban no Swat,
apareceu várias vezes na televisão para reivindicar ataques do
grupo e defender ante a população a causa insurgente. O porta-voz viveu por vários anos
nos EUA, onde trabalhou como
pintor. Foi deportado após os
ataques terroristas de 2001.
Em uma entrevista à Associated Press em abril, Khan dissera que Osama bin Laden seria
bem-vindo ao vale do Swat.
Além de Khan, foram presos
outros quatro líderes de menor
escalão do Taleban na região:
Mahmood Khan, Fazle Ghaffar, Abdul Rehman e Sartaj Ali.
De acordo com a versão oficial, Khan e os outros quatro líderes foram detidos em Mingora, a principal cidade da região.
Mas um jornal de Karachi disse
que os insurgentes foram presos em Islamabad, para onde
teriam ido a fim de negociar
uma trégua com o governo.
Da capital, o ministro do Interior paquistanês, Rehman
Malik, exortou outros líderes
do grupo a se entregarem. "Esta
tem sido nossa política desde o
início da ofensiva [no Swat].
Não haverá negociações com
terroristas. Não há outra opção.
Eles serão mortos ou presos."
O Exército paquistanês disse
que os insurgentes estão sendo
interrogados, e operações militares no Swat já foram realizadas nos últimos dias a partir de
informações deles obtidas.
Ofensiva no Swat
A ofensiva contra o Taleban
no Swat foi iniciada no final de
abril e intensificada no começo
de maio, após o fracasso do
acordo entre governo e o grupo
para a imposição da sharia (lei
islâmica) na região. O pacto de
paz foi, porém, rompido após o
avanço do Taleban sobre regiões a 100 km de Islamabad.
Segundo o Paquistão, já foram mortos durante a ofensiva
ao menos 1.800 membros do
Taleban, mas até a prisão de
Khan não haviam sido detidos
líderes do grupo no Swat -um
dos maiores temores dos residentes que retornaram à região, declarada "sob controle".
Em julho, o Exército paquistanês disse ter ferido o líder do
grupo no Swat, Maulana Fazlullah, em um ataque aéreo. Mas a
informação não foi confirmada.
A prisão de Khan ocorre ainda apenas semanas depois da
morte do líder do Taleban no
Paquistão, Baitullah Mehsud,
em um ataque americano no
Waziristão do Sul, outra região
fronteiriça com o Afeganistão.
Tanto a morte de Mehsud, tido como inimigo número um
de Islamabad, quanto a detenção de Khan representam reveses para o Taleban, que faz do
noroeste paquistanês um refúgio para lançar ataques contra a
missão americana no vizinho.
Mas também fortalecem o Paquistão ante a Casa Branca.
O governo Barack Obama fez
da fronteira entre Paquistão e
Afeganistão o foco de combate
ao terrorismo e pressiona Islamabad por ações contra o Taleban. Desde o início do ano, houve um aumento de tropas no
país ocupado, e, em breve, deve
ser anunciada uma nova estratégia para a missão.
Com agências internacionais e "New York Times"
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