São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2010

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Filho de Alfonsín diz que país vive "pessimismo exagerado"

DE BUENOS AIRES

Filho do presidente da Argentina Raúl Alfonsín (1983-1989), o deputado Ricardo Alfonsín, 58, tentará disputar a Presidência do país em 2011 apoiado em seu perfil moderado e na herança política deixada pelo pai.
Com um histórico discreto, Ricardo se tornou popular após a morte de Raúl, em março do ano passado, quando milhões de argentinos se mobilizaram para homenagear o presidente, responsável por conduzir a redemocratização do país.
O provável candidato afirma que o problema argentino "é político, não econômico". "O pessimismo é exagerado, tanto na sociedade como na cúpula política."
Segundo ele, sua escolha não se baseou apenas no sobrenome. "Nosso partido é muito republicano e precisei mostrar que me desenvolvia pelo que pensava, e não pelo fato de ser filho de Raúl Alfonsín", disse à Folha.
O deputado argumenta que o aumento de sua popularidade decorreu de um "fenômeno psicológico coletivo, no qual as pessoas transferiram ao filho o carinho e o respeito que sentiam pelo pai", que sempre manteve imagem de governante honesto.
Caso seja candidato, Alfonsín terá de vencer principalmente o trauma social gerado pelo último governo de seu partido, a UCR, que renunciou em meio à crise de 2001.

INGOVERNÁVEL
Advogado e professor, ele diz que sempre fez política, mas só decidiu concorrer a cargos eletivos na última década, ao perceber que a corrente partidária de seu pai estava perdendo o contato com as "classes populares".
Outro problema, segundo ele, é a falta de confiança de investidores internos, externos e da própria sociedade. Alfonsín advoga regras "claras e estáveis que transcendam os governos".
Apesar das críticas, ele reconhece que seu partido "não soube" lidar com os problemas da crise econômica de 1999. "Mas não fomos nós que criamos essa situação quase ingovernável."


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