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RELIGIÃO
Líderes islâmicos pedem paz com cristãos em texto ao papa
DA REDAÇÃO
Autoridades muçulmanas
fizeram ontem um pedido
público de paz entre o islã e o
cristianismo. "O futuro do
mundo depende disso", segundo o documento, assinado por 138 proeminentes líderes religiosos islâmicos.
O apelo, intitulado "Uma
palavra em comum entre você e eu", é dirigido ao papa
Bento 16 e a "líderes cristãos
de todo o mundo" -26 dos
quais citados nominalmente.
Nas 29 páginas, organizadas
pelo Instituto de Pensamento Islâmico na Jordânia,
abundam referências à Bíblia e ao Corão -a falta de esforços sinceros em busca da
paz e harmonia poria em perigo "nossa alma eterna".
Aref Ali Nayed, conselheiro do programa inter-religiões da Universidade de
Cambridge (Reino Unido) e
um dos signatários, diz que o
apelo representa os "99,9%
dos muçulmanos das correntes majoritárias que se
opõem ao extremismo".
"Juntos, muçulmanos e
cristãos são bem mais da metade da população mundial.
Sem paz e justiça entre essas
duas comunidades religiosas
não pode haver paz significativa no mundo", diz a carta. É
a primeira vez que um número tão significativo de autoridades islâmicas faz um apelo
do gênero.
O texto pode dar novo rumo às relações, turbulentas
desde que Bento 16, em outubro de 2006, citou em discurso um texto medieval de teor
antiislâmico -"mostre-me o
que Maomé trouxe de novo e
você achará apenas coisas
ruins e desumanas, como a
ordem de espalhar pela espada a fé que ele pregava".
O discurso detonou meses
de protestos da comunidade
islâmica em vários países. O
papa então lamentou a frase
e negou concordar com ela.
Com agências internacionais
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