São Paulo, sexta-feira, 12 de outubro de 2007

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RELIGIÃO

Líderes islâmicos pedem paz com cristãos em texto ao papa

DA REDAÇÃO

Autoridades muçulmanas fizeram ontem um pedido público de paz entre o islã e o cristianismo. "O futuro do mundo depende disso", segundo o documento, assinado por 138 proeminentes líderes religiosos islâmicos.
O apelo, intitulado "Uma palavra em comum entre você e eu", é dirigido ao papa Bento 16 e a "líderes cristãos de todo o mundo" -26 dos quais citados nominalmente. Nas 29 páginas, organizadas pelo Instituto de Pensamento Islâmico na Jordânia, abundam referências à Bíblia e ao Corão -a falta de esforços sinceros em busca da paz e harmonia poria em perigo "nossa alma eterna".
Aref Ali Nayed, conselheiro do programa inter-religiões da Universidade de Cambridge (Reino Unido) e um dos signatários, diz que o apelo representa os "99,9% dos muçulmanos das correntes majoritárias que se opõem ao extremismo".
"Juntos, muçulmanos e cristãos são bem mais da metade da população mundial. Sem paz e justiça entre essas duas comunidades religiosas não pode haver paz significativa no mundo", diz a carta. É a primeira vez que um número tão significativo de autoridades islâmicas faz um apelo do gênero.
O texto pode dar novo rumo às relações, turbulentas desde que Bento 16, em outubro de 2006, citou em discurso um texto medieval de teor antiislâmico -"mostre-me o que Maomé trouxe de novo e você achará apenas coisas ruins e desumanas, como a ordem de espalhar pela espada a fé que ele pregava".
O discurso detonou meses de protestos da comunidade islâmica em vários países. O papa então lamentou a frase e negou concordar com ela.


Com agências internacionais

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