São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2008

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EUA tiram Coréia do Norte de "lista do terror"

"Todos os elementos de verificação que buscávamos foram aceitos", afirma Departamento de Estado norte-americano

Bush rotulou Pyongyang de integrante do "eixo do mal" depois do 11 de Setembro; decisão não significa fim das sanções a país asiático

DA REDAÇÃO

O governo americano removeu ontem a Coréia do Norte de sua lista de países que patrocinam o terrorismo.
A medida, de acordo com o Departamento de Estado, é um desfecho da visita de um emissário dos EUA a Pyongyang no início deste mês.
Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado americano, enfatizou ontem que "todos os elementos de verificação que os EUA buscavam foram incluídos no pacote" firmado com a Coréia do Norte.
Ao fazer o anúncio, o funcionário citou algumas medidas fiscalizatórias que serão implementadas, tais como visitas de especialistas de cinco países às instalações norte-coreanas, inspeções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), entrevistas com pessoas que trabalham nelas e retirada de amostras de solo para estudos do nível de radiação.
O presidente George W. Bush decidiu remover o país da lista -medida pouco popular entre os republicanos conservadores, que a avaliam como uma concessão ao regime ditatorial de Kim Jong-il e incentivo a outros rivais dos EUA, especificamente o Irã- só após autoridades de Pyongyang permitirem a verificação de todas suas atividades nucleares.
Após os atentados de 11 de Setembro, o mandatário dos EUA havia incluído a Coréia do Norte no "eixo do mal", ao lado do Irã e do Iraque.
A efetiva fiscalização das usinas era um entrave ao acordo de desmantelamento das instalações nucleares norte-coreanas, costurado em fevereiro do ano passado entre o país comunista, EUA, Coréia do Sul, Japão, China e Rússia. Pelo pacto, em troca da desnuclearização, a ditadura norte-coreana receberia vantagens materiais.
Em junho, Bush chegara a anunciar que retiraria os norte-coreanos da lista, mas o atraso na concretização da medida levou a recuo na cooperação de Pyongyang, que voltou a produzir plutônio em setembro.
Na ocasião, os norte-coreanos determinaram a retirada dos inspetores da AIEA, de mais de uma centena de lacres e de 25 câmeras que monitoravam a central de reprocessamento de combustível nuclear de Yongbyon. Os comunistas alegavam ter cumprido todas as exigências para sua remoção da "lista do terror".
Agora, a lista dos EUA de países patrocinadores do terrorismo inclui Síria, Sudão, Irã e Cuba. O efeito prático de um Estado ser incluído nesse rol é a imposição de uma série de sanções comerciais. No caso norte-coreano, apesar da remoção da lista negra, ainda há medidas punitivas comerciais.
Horas antes do anúncio em Washington, foram divulgadas na Coréia do Norte, pela primeira vez em quase dois meses, fotos de Kim. Não foi dito quando as imagens foram feitas, mas o ditador aparentava estar bem, a despeito de relatos de que ele passou recentemente por cirurgia no cérebro.

Com agências internacionais



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