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ÁSIA
Autoridades de Pyongyang ameaçam Estados Unidos e negam ter admitido existência de programa nuclear secreto
Coréia do Norte fala em "mar de fogo"
DA REDAÇÃO
A Coréia do Norte negou ontem
ter admitido a autoridades americanas que possuía um programa
secreto de armas nucleares e
ameaçou lançar um "mar de fogo" sobre os EUA. Também ontem, um enviado americano chegou à Coréia do Sul para negociações sobre a crise.
O subsecretário de Estado americano James Kelly terá um encontro com o presidente eleito
Roh Moo-hyun, que defende a diplomacia como única solução para a crise. Kelly também planejou
um encontro com o chanceler
Choi Sung-hong e dois assessores
de segurança da Presidência.
Washington e aliados estão intensificando esforços para encontrar uma solução diplomática para o crescente confronto com a
Coréia do Norte. Kelly viajará na
terça-feira para a China, e depois
segue para a Cingapura, a Indonésia e o Japão.
Em outubro, os Estados Unidos
anunciaram que a Coréia do Norte, incluída pelos EUA no "eixo do
mal", admitira ter um programa
nuclear quando Kelly estava em
Pyongyang para conversações.
Um programa do gênero viola o
acordo de 1994 com os EUA, que
se comprometia a fornecer energia para a Coréia do Norte caso o
país suspendesse operações em
seus aparatos nucleares. Washington retaliou em dezembro
suspendendo o envio de combustível prometido no acordo.
Os EUA acreditam que a Coréia
do Norte tenha uma ou duas armas nucleares e que poderia fabricar mais em seis meses.
Durante uma visita à Rússia,
que acabou ontem, o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, reafirmou suas preocupações com o desenrolar dos fatos
na Coréia do Norte.
No sábado, a Coréia do Norte
enviou mensagens prometendo
"esmagar os maníacos nucleares
dos EUA" em uma "guerra santa", enquanto seu diplomatas
anunciavam ao governo americano, nos EUA, que o país não tinha
a intenção de construir bombas.
Também no sábado, uma autoridade norte-coreana afirmou
que uma usina nuclear que fica a
norte de Pyongyang estava pronta
para entrar em operação. A Coréia do Norte aumentou a crise
ameaçando retomar os testes de
mísseis. No dia anterior, havia
abandonado o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Bill Richardson, governador do
Novo México e ex-embaixador
dos EUA na ONU, encorajou a
administração Bush a abrir conversações com a Coréia do Norte
com o intuito de negociar um
pacto de não-agressão.
Pouco depois de nove horas de
conversas com autoridades norte-coreanas, Richardson afirmou
que era necessário que os EUA
iniciassem conversações por intermédio das Nações Unidas.
"Os EUA devem começar as
conversações preliminares na
ONU em Nova York em níveis
mais baixos para acertar negociações mais amplas", afirmou Richardson à rede de TV ABC.
Richardson encontrou Han
Song Ryol, um membro do alto
escalão da delegação da Coréia do
Norte junto à ONU, durante três
dias no Estado do Novo México.
Ele disse que passou as informações sobre o encontro ao secretário de Estado, Colin Powell, incluindo um relatório escrito.
Preocupação do Brasil
A Chancelaria brasileira manifestou ontem preocupação com o
fato de a Coréia do Norte ter deixado o TNP. "O Brasil tem defendido a tese da irreversibilidade
dos compromissos internacionais
de desarmamento e não-proliferação... O Brasil apóia os esforços
diplomáticos orientados a uma
solução pacífica e duradoura na
questão da península coreana."
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